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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Queria ser




Fábio Trancolin

‘Queria ser qualquer coisa... Queria ser só um pouco mais denso, pra segurar na cabeça o que eu penso. Pra libertar esse medo de rua. E bem mais cedo ser tudo o que sou...’

Algo que pudesse ser interessante, ou que interessassem os outros. No mundo descartável em que vivemos tanto se busca, e nem se sabe o que. Tanta coisa sem valor, mas pouco valor se dá o que necessariamente tem valor. Ou quase nada, a vontade passa logo. Na busca incessante de algo que nem se sabe o que é e pra que serve...

Comecei a escrever e nem mesmo eu sei... Escrever o que...  Queria ser... Qualquer coisa mais livre. Sobrevoar essa doce prisão. Passar de passagem, por onde não passei. Buscar o que eu encontrei certamente saborear o bom que dela tiver. Talvez você que começou a ler esse texto, vai imaginar, o que esse ‘maluco’ quer dizer.

Queria falar tantas coisas que pudesse fazer você entender, quem são os malucos... Os loucos tantas vezes estão mais certos e são, do que muitos cérebros e pessoa endeusada em vangloriada pela sociedade embevecida pelo sucesso aparente e tão presente. Vencedor irreal do plano material. O que é vencer pra você? Para muitos até viver é vencer. Vencer a desigualdade social, falta de educação tão presente em todos os níveis cultural e social, a criança no farol ou pedinte na rua, transeunte de passagem nem percebe, não é problema meu e se acostuma e acaba ficando tudo muito natural. Amor ao próximo... Há o próximo, só se for o da fila, pois ela anda e eu estou com pressa.  Lembrando dos loucos, me vieram na memória os malucos da minha infância, o “João Barbudo”, “Cata cavaco” e outros... Eu morria de medo deles, mal sabia que os nossos de hoje são muitos mais perigosos e maldosos... Eles não se parecem com malucos, são tão normais, eles estão na elite, fazem leis, legislam, comandam... “meus inimigos estão o poder”...






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