Fábio Trancolin
Entre os vários e-mails
que recebo diariamente um em especial me chamou a atenção. Ele traz a história
que a jornalista e filósofa Lia Diskin contou em um encontro do Festival
Mundial da Paz. Ela relata um caso que aconteceu na África em uma tribo
chamada “Ubuntu”. Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos
e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo
transporte que o levaria até o aeroporto de volta para a casa. Restava-lhe
muito tempo, então, propôs uma brincadeira para as crianças, que ele achou ser
inofensiva. Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade e colocou em um
cesto bem bonito com um laço de fita e deixou debaixo de uma árvore. Então chamou
as crianças e combinou, quando ele dissesse “já!” elas deveriam sair correndo
até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces. As crianças se
posicionaram na linha demarcada que ele desenhou no chão e esperam pelo sinal
combinado. Quando ele disse ‘já!’ instantemente todas as crianças deram as mãos
e saíram correndo em direção à árvore com cesto. Chegando lá começaram a
distribuir os doces entre si e comeram felizes. O antropólogo foi ao encontro
delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar
com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas
simplesmente responderam; “Ubuntu”, como uma de nós poderia ficar feliz
se todas as outras estivessem tristes? Ele ficou desconcertado! Meses e meses
trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de
verdade a essência daquele povo. “ou jamais teria proposto uma competição igual
a essa”. “Ubuntu” significa “sou quem sou, porque somos todos nós”! São
esses exemplos, a priori simples, que ensinam que tudo seria um pouco melhor se
soubéssemos conviver e respeitar o semelhante. Fico feliz com a felicidade
dele. A mensagem nos conta que
precisamos de pouco para buscar a tão sonhada felicidade. E está busca é o
combustível que move a humanidade. É ela que nos força a estudar, trabalhar,
ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro,
fazer amigos, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence
de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá
disposição para lutar por elas. Você vai sempre buscar a felicidade e atende
para o detalhe: E não se é feliz pelo que tem, mas sim pelo que se é. A melhor
maneira de buscar a felicidade é melhorar o pensamento. Pensar em coisas boas
já é um bom começo. E esqueça a possibilidade: “se eu fosse tal pessoa seria
feliz”. É preciso saber aproveitar cada momento que a vida nos proporciona.
Isso é felicidade. Porque fazemos parte de um todo. Felicidade se compartilha.
Aprenda a dividir e com certeza será mais feliz. Então “Ubuntu” para
você.