Fábio Trancolin
Nos anos 70, assistíamos
um monte de desenhos legais. Eu gostava de vários, mas um me chamava à atenção
‘Os Jetsons’, a família futurista, que era composta por George, Jane e os
filhos Judy e Elroy, e é claro tinha um cachorro, o Astro. O ano era 75, e a
série tinha sido criada nos Estados Unidos em 1962. E a ideia era que tudo isso
aconteceria em 2062, carros voando, as máquinas fariam tudo, era só aperta um
botão, e o sanduiche estava pronto, tudo pratico e rápido. Sem esforço as
esteiras rolantes te levavam daqui pra lá, o telefone seria no vídeo.
No final da década de
80 no clássico ‘Back to the Future II (De volta para o futuro II) de Robert
Zemeckis, em uma viagem no DeLorean, Martin McFly e Doctor Brown desembarcam em
2015, os carros voam e tudo é high tech. Analisando tudo isso vê que muitas
coisas aconteceram, não como idealizaram Hannah & Barbera e Robert
Zemeckis. Em alguns detalhes a vida imitou a arte, as videoconferências que
acontecia entre George e o patrão acontecem hoje pelo mundo, naquele momento
era algo inatingível, só existia no mundo imaginário de Hannah & Barbera...
O ‘Aerocar’ ainda não chegou, será que até 2062 ele estará por ai...? Projetos
e mais projetos estão nos computadores de Engenheiros espalhados pelo mundo.
Marty Mcfly acelerou 30
anos. Ele visitou 2015, esta próxima à data que o capacitor de fluxo o
levou. Os carros também voavam as casas
respondiam ao simples toque e reconhecia voz do dono, as máquinas totalmente
inteligentes muitas coisas não são como pensou Zemeckis, outras estão muito
perto do que ele imaginou e umas tantas são realidades... E como será a Rio
Verde de 2045... Estará próxima da cidade nas alturas dos Jetsons ou da Hill
Valley de Mcfly em 2015.
A vida que passa
acelerada e flui pelos vão dos dedos e escorregam nas areias da ampulheta, não
na ampulheta dos egípcios, mas na contagem no cronômetro que hoje parece que
está mais acelerado que na época da bela infância. A percepção é que hoje o dia
tem 16 horas. Tudo tão virtual, a geração de cabeça baixa, que são atropeladas e
atropelam os outros, o teclado que tecla e tecla, e a sua vida sendo teclada...
Observada, e invadida, a privacidade é desnudada... Tudo ficou ao alcance da
bisbilhotice, pensadores da vida alheia...
Rio Verde tem 166 anos,
há 40 anos quando ele fez 126, a cidade estava estacionada e o número de
habitantes não chegava a 50 mil, muito pouco se via, ou não se percebia,
bairros demoravam a sair do papel, o asfalto não chegava e a poeira reinava, o
cerrado circundava. Porém, era um tempo de satisfação da aproximação entre os
amigos, vizinhos e a comunidade, todos se conheciam e se cumprimentavam, e é
claro se respeitavam... Nos últimos dez anos a aceleração pela qual passou,
assusta quem fica distante ou não vê ou não percebe, e quando se da conta,
passou, mudou e se transformou.
Vão erguendo prédios aos
montes... Vão transformando o cenário e a visão, para onde você olha esta
‘brotando’ uma edificação. A mudança vem acelerada, varrendo tudo, derrubando
ou transformado. Hoje a cidade passou de 200 mil habitantes, e nas conversas
que temos com os entendidos de números e estatísticas, alguns dizem que Rio
Verde em 10 anos dobra de tamanho, outros falam em 300 mil, como será...? Como
vai ser a Rio Verde com 500 mil habitantes, será necessário criar o ‘aerocar’,
pois do jeito que segue a questão trânsito, só voando... Saúde, habitação e
exploração imobiliária, como fazer, ou o que fazer? Desmatamento com a serras
metálicas vão tombando tudo, não esta na hora de começar o reflorestamento? A Cantareira
serve de exemplo em São Paulo, secou. O Nordeste há anos convive com o problema
seca, e a transposição não chega, e vai demorar para chegar... E como fica a desertificação
em alguns pontos? Não vejo projetos para fazer bosques, cuidar de alguns
pontos, a cidade cresce e no meio não tem uma área de proteção ambiental, apenas
prédios; só as imobiliárias ganham... Todos deveriam se beneficiar.
Que a cidade vai
crescer e acelerar isso são fatos, e fato, é que os problemas também vão crescer,
mas que possamos aprender com os erros dos outros, e nos preparar para o
futuro, precisamos arborizar, cuidar da água e das árvores, elaborar um plano
diretor, que atenda aos interesses da população, e não o da classe política de
determinados grupos, por isso uma Câmara bem constituída fará a diferença. E
não pode deixar acontecer os erros do passado, e como dizia a música ‘minha dor é perceber, que apesar de termos
feito tudo... Tudo o que fizemos, nós ainda somos os mesmos... ’A
Princesinha cresceu, ainda não casou, pois lhe falta um príncipe encantado, ela
aguarda que ele venha e possam viver no feliz para sempre... Mas acredito que
ela seja outra personagem da história infantil, e o Lobo Mau roubou a sua
cestinha e a violentou... Espero que ela possa ser a como Alice que depois de
um pesadelo sairá do sonho e seguirá o caminho certo, pois acreditamos numa
cidade das maravilhas...