Fábio Trancolin
Era
uma vez uma árvore muito bonita, ela era majestosa, imponente e esplendorosa.
De muito longe quem olhasse em sua direção os seus galhos avistava. Como era
linda a árvore da minha infância, da infância do meu pai e da infância de outros
tantos. O
pai conta a história que nos tempos longe da infância de moleque feliz, por lá
andava em companhia do meu avô, os galhos das árvores recolhidos alimentavam o fogo
do fogão a lenha que noite e dia ardia...
Foto: Fábio Trancolin |
Como
era linda a árvore que no outono de rosa pintava o céu, o chão e de longe se
via... Os Beija-flores beijavam as flores e a festa faziam. Mais de um século
passou, e ela em pé ficou... Muitas coisas ela do alto observou. No outono
ela floria... Seu porte, suas flores de alegria a todos enchiam... Certa época do
ano, as flores caiam, ela secava, seus galhos pelados ficavam, parecia que a morte
lhe abateu, porém a cada ano ela floresceu. O tempo foi passando, os dias, anos,
décadas... Ela lá, olhando ao redor, a cidade chegou aos teus pés, a floresta
que lá havia, em cafezal transformou, os pés de café arrancados foram, as casas no lugar
ficaram... Um dia, porém ela tombou...
Caiu, alguém por maldade o tronco lhe feriu... Triste, atitude do ser dito racional...
A cor floral, acabou, virou recorte de jornal.
Foto: Fábio Trancolin |
Não
muito longe de onde a rainha reinava, outra de menor porte, faz a alegria
geral, pois ela resiste já algumas décadas, encanta e floresce... E tal qual a
outra, viu, e vai ver muitas outras coisas... As floradas logo depois do
carnaval, os beija-flores virão sugar o néctar... E onde um dia a gigante habitou,
nasce uma pequena muda, que algum dia, se tornará a beleza do local... Espero
ver, mas sei que será difícil, pois do porte da majestosa nos seus quase 50
metros, talvez não veja...
Foto: Fábio Trancolin |