Páginas

sábado, 5 de agosto de 2017

Aqui não nasci, mas sou daqui..


Fábio Trancolin

Recordo-me quando tu fizeste 130, eu então com quase 10 anos. Época em que eu começava a te entender e conhecer-te. A cidade da parte de baixo, a cidade não ia tão longe, tudo era cerrado, a natureza no seu esplendor, o cheiro agradável do início da manhã e fim de tarde (aroma de café torrado da torrefação do café Rio Verde), teus limites eram próximos. Tudo tão perto e tão seu, e ‘nosso’. Os portões abertos e os quintais eram de todos... Tudo ofertavam e era ofertado, amizade sincera, café com biscoito a tua espera. Os grupos escolares e a meninada de calça caqui e a camisa branca sujava na euforia de saída de volta para casa. Passar no Mercado Central (Mercado Velho) com o teu cheiro tradicional, visita na Casas das Louças e a esperança de ganhar a bicicleta do mostruário. As quadras os campinhos que nos convidava a correr até o sol se pôr... Saco de arroz espalhado pelas ruas a alegria da garotada. Todos te conheciam e você conhecia a todos, eles sabiam quem você era. Comprar rosca no armazém e comê-la acompanhada de um copo com Ki-suco, pão era da Padaria Natal... Correr do Pedro Biriba, do ‘Bitoso’, morria de medo do João barbudo, tão diferente do medo de hoje... Aqui não nasci, mas sou daqui...

Aeroporto 1973
Av. Presidente Vargas 1974

Biblioteca Municipal 1973

Clube Campestre 1974

Clube Recreativo Rio-verdense - 1974

Colégio de Aplicação  Rio Verde - 1973 - Grupo Escolar Demolício de Carvalho 

Estádio Mozart Veloso do Carmo 1974

Fórum Ricardo Campos 1973 - Rua Rui Barbosa 

Instituto Moreira Guimarães 1974 - Rua Nilo Peçanha 

Praça 05 de Agosto 1973

Praça da Matriz 1974

Praça Rodrigues de Mendonça  - Prefeitura - 1974
FESURV

Banco do Brasil- Rua Rafael Nascimento

Construção do prédio do INSS 

Praça da Matriz

Praça Rodrigues de Mendonça 

Terminal Rodoviário - Epaminondas Portilho 

Vista aérea de Rio Verde  

Rua Rosulino Ferreira 





quarta-feira, 5 de julho de 2017

O Time que perdeu a copa e conquistou o mundo...


Fábio Trancolin



Mesmo quem não viu a seleção de 1982 jogar, cita-a como a Seleção inesquecível... Imagina quem viu? Eu vi... Na manhã daquela segunda-feira, 5 de julho, amanhecemos com a certeza que a classificação viria no início daquela tarde... O Time que encantou a todos, uma verdadeira Seleção, um esquadrão jamais visto (não terá outro) ... Sabe aqueles jogos que a gente já começa a assistir sabendo como vai acabar? (Mas, não acabou...) O empate nos servia, mas isso não passava pela cabeça. Quem imaginaria que uma seleção com Leandro na lateral direita, Junior na lateral esquerda, uma zaga de categoria Oscar e Luisinho, no meio Cerezo e o Maestro Falcão, um “cérebro” chamado Sócrates, o gênio Zico, o canhão Eder na ponta esquerda... 



Eu tinha 13 anos, parece que ainda não levantei da frente da televisão, não acreditava naquilo que estava vendo, nós estávamos eliminados da Copa... A bola cabeceada por Oscar aos 45 do segundo tempo, parece que a qualquer momento vai entrar e empatar o jogo... Hoje completa 35 anos do fatídico dia, que ficou conhecido como  a  “Tragédia do Sarriá”...  Quando se fala naquele dia, muitos vão dizer, o dia que   “o futebol perdeu” ou “o dia que o futebol morreu”... O Time que perdeu a copa e conquistou o mundo...  Uma homenagem ao Mestre com carinho, obrigado Telê Santana, não foi porque não tinha que ser... 





sexta-feira, 9 de junho de 2017

A Luz que não se apaga


Fábio Trancolin 




O ano é 1927, nesse ano teve início a bela história da Doutrina Espirita em Rio Verde... O Livro dos Espíritos completara 70 anos... nesse ano no dia 5 de maio, nascia na Bahia, Divaldo Pereira Franco, em Minas Gerais, Francisco Cândido Xavier (o bondoso Chico) iniciava o apostolado mediúnico na noite de 8 de julho na pequena cidade de Pedro Leopoldo, Chico Xavier recebia a primeira mensagem de sua lavra mediúnica. No interior de Goiás, o casal Guimarães, Luzia e Raul, os percursores da Doutrina Espírita em Rio Verde levavam consolo espiritual e material para quem necessitasse. Ela médium de cura que trabalhava levando o consolo principalmente para os doentes mentais. Esses doentes eram atendidos em um barracão no fundo do quintal. Ali na rua de baixo, pois naquela época, Rio Verde era apenas algumas poucas ruas no lado de baixo. Na Rua São Sebastião, nº 27 o mesmo ano do início da base da doutrina na cidade, assim, iniciou o farol da luz que não se apaga...

Na busca do sonho de construir o Centro Espirita, o casal inicia o intenso trabalho de conseguir ajuda financeira junto à comunidade local para construir a primeira casa de caridade e esperança de Rio Verde. Assim, foi criada a sede provisória do Centro Espirita Eurípedes Barsanulpho em 09 de junho de 1927, no lar do casal Guimarães. Sendo os ilustres fundadores Raul Seabra Guimarães, Luzia de Oliveira Guimarães, Urcesino José Gusmão, José da Silva Guimarães, Aristarco de Azevedo e Souza e Pedro Rattes Fernando - Sendo esses os primeiros diretores da Casa. Tendo a Dona Luzia como a primeira presidente. As pessoas começaram a procurar a Casa para sanar seus males morais e espirituais, com passar do tempo foi só aumentando, pois, onde há amor e esperança, os necessitados buscam auxilio e amparo. Para a atender a essas pessoas, os fundadores resolveram apressar a construção da sede própria, porém, o problema é que não havia receita para tal empreitada, os instituidores resolveram fazer um caixa entre os frequentadores, pois, encontrar patrocinadores era uma das grandes dificuldades. Teve outro agravante, era a perseguição aos adeptos da Doutrina, teve fundadores que tiveram que mudar da cidade. Dona Luzia, certa vez foi apedrejada quando passava em frente à praça da igreja São Sebastião, havia muito preconceito dos seguidores de outras religiões.

No Natal de 1931, aconteceu a inauguração da sede própria do Centro, o casal Raul e Luzia, construíram e doaram o novo prédio. Após a inauguração, a casa passou a realizar palestras aos domingos. Desde a fundação, houve sessões de consultas médicas-espirituais, sempre com a máxima, o que lhe é ofertado de graça, de graça passará, nunca nada foi cobrado... na década de 50, o casal Guimarães mudou-se para a cidade de Goiás, eram tempos difíceis na política, a mudança aconteceu por divergências e perseguições. Assim, o grupo espirita passa a ser dirigido por Paulo Campos, escolhido por Dona Luzia, o novo dirigente de simpatizante passa ser um trabalhador dedicado da Doutrina. Tempos depois, aconteceu em Uberlândia, o congresso da juventude espirita, três membros de Rio Verde estiveram presente nesse congresso, Geralda, Nilva e Silvia, Geralda Leão era a presidente da mocidade espírita. No congresso, Rio Verde foi escolhida para sediar o próximo encontro do movimento espírita, porém, era necessário construir uma sede maior para que isso pudesse acontecer. De tal modo, começa uma campanha para arrecadação de recursos para a construção da nova sede. O mecânico russo Cashey Mc Mullan e a sua esposa Yole, ela médium na casa, doaram um terreno de 250 m² na Rua Professor Joaquim Pedro. Todos se uniram em prol da causa, e o Centro foi construído em tempo recorde, sediando o tão sonhado encontro. A escritura foi lavrada em 30 de julho de 1956. Esse congresso é o resultado do trabalho da Mocidade Espírita Rio-verdense, criada em 1948, essa juventude, também deu início a Campanha da Fraternidade Auta de Souza.



Através do Consolador Prometido, surgiu novas obras para atender os menos amparados, deste modo em 04 de janeiro de 1956, nasce o INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA A MENORES – IAM, obra essa para atender as crianças desemparadas. Em julho de 1962, no dia 22, é fundada a ABAL – ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE ANDRÉ LUIZ, que tem como objetivo auxiliar o idoso. No aniversário da cidade em 1973, a CRECHE LAR CRIANÇA PARA JESUS. No sete de setembro de 1976, é implantado o SANATÓRIO ESPIRITA DONA MARIETA. Os desfavorecidos sem moradia são amparados pelo movimento espirita com a criação da SERPRO – Serviço de Providência, em novembro de 1980. Nessa vila são construídas casas em regime de mutirão para atender desamparados de moradia. Em 1988, para atender as atividades educativas na Vila é implantada a ASSOCIAÇÃO DE APOIO AO MENOR JOANNA DE ÂNGELIS – AJA. Em 2003, é criada a ABAS – ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE AUTA DE SOUZA, também para atender e amparar a assistência social. E no decorrer dos anos, a divulgação da Doutrina, outras casas espíritas foram sendo fundadas, Centro Espírita Amor e Caridade, Centro Espírita Maria Madalena, Centro Espírita União, Centro Espírita Casa da Prece, Centro Espírita André Luiz, Associação Chico Xavier, Educandário Espirita João Cury Nasser, Posto de Auxilio Espírita Primavera, Centro Espirita Bezerra de Menezes, Instituto de Difusão Espírita Allan Kardec – IDEAK e Posto de Assistência Espírita Paulo Campos e Hermes Dourado...
  
Nessas nove décadas inúmeras pessoas aqui estiveram, buscaram amparo, outras tantas auxiliaram e colaboraram com Fé, Esperança e Caridade... durante esses anos, cada um de uma forma ou de outra auxiliou, a casa nunca fechou, sempre de portas abertas está... Gratidão ao casal Luzia e Raul juntamente com a sua diretoria que com dedicação, idealizaram e concretizaram a base da doutrina. Gratidão a um líder com carisma que tanto fez em defesa da causa, com sua oratória e a prática na doutrina, por mais cinco décadas ele dirigiu e presidiu a casa, por tanto tempo à frente dos trabalhos a comunidade denominou “Centro do Doutor Paulo”, que desencarnou em 26 de janeiro de 1999. A luz continuou iluminando o caminho de todos, pois, aqui é o Centro Espirita Eurípedes Barsanulpho - A CASA DA LUZ QUE NÃO SE APAGA, esse farol que ilumina os navegantes que buscam o conforto e a segurança no ancoradouro, esse porto de orientação... alguns vieram por curiosidade, outros tantos pela dor, muitos outros aqui estão pelo o AMOR...




Bibliografia: Síntese Doutrinária