Fábio Trancolin
Já se
passaram três décadas da primeira votação em que tive a oportunidade de
participar... foram oito eleições Municipais e outras oito Gerais. Era o feriado
de 15 de novembro de 1988, uma terça-feira, morava na Rua Corin, minha seção
era na Escola Galileu Menon, na Vila Ré, eleições municipais, votei para
escolher o prefeito de São Paulo. Só não votei em 1986, porque fiz 18 anos em
setembro, só poderia votar naquelas eleições, quem fizesse dezoito anos até
agosto, sendo assim, não tive a chance de votar no Mauro Borges que era o candidato
ao governo do Estado de Goiás, mas trabalhei muito naquela eleição. Eram outros
tempos não tinha tanto ‘mimimi’... Fiz muito ‘grude’ para colar cartaz...
Muitos comícios em carroceria de caminhão... Foram várias aventuras, passei por
cada uma... boas lembranças de uma campanha que não ganhamos...
Na
segunda vez já tive a oportunidade de votar para presidente, algo que não
acontecia desde 1960, foram 29 anos de eleições indiretas. Ela também foi em 15
de novembro, no dia da Proclamação da República... Vinte e dois candidatos,
entre eles bons nomes, mas, voto é voto, às vezes as escolhas não agrada. Em
1990, passou a ser no dia 3 de outubro, quarta-feira. Porque 3 de outubro? Essa data coincide com o prazo estipulado pela
Constituição de 1988 - ela determina que a eleição para presidente e
governadores se realize noventa dias antes da sua posse, que é em primeiro de
janeiro. Entre 3 de outubro e 1º de janeiro há exatamente 90 dias.
Em 90, para governo do Estado de São Paulo teve uma disputa difícil
entre Covas, Maluf e Fleury, os dois últimos foram para o 2º Turno, pela
primeira e última vez, anulei meu voto... em 92 as eleições pegaram fogo, o
Fora Collor invadiu as ruas da cidade, os ‘caras pintadas’ pintaram as caras e
as ruas... Antes das eleições dois fatos marcaram aquela semana, no dia 29 de setembro, na
terça-feira o impeachment de Collor, o
Congresso Nacional aprovou por 441 votos favoráveis e apenas 38 contrários a saída
do Fernando. Na sexta-feira o Massacre do Carandiru, no sábado ainda
com o estrago pelo ocorrido um dia antes, aconteceu as eleições, Maluf derrotou
Suplicy, que era o candidato da então prefeita Luiza Erundina do PT e Aloisio
Nunes o vice govenador... A partir de 98 passou a ser a cada primeiro domingo
de outubro, sendo assim, as eleições sempre aos domingos.
Em 1993, votei no plebiscito, ele ocorreu em 21 de abril de
1993 para determinar a forma e o sistema de governo do país. Após a
redemocratização do Brasil, uma emenda da nova Constituição determinava a
realização de um plebiscito para se decidir se o país deveria ter uma forma de
governo republicana ou monarquia, e se o sistema de governo seria
presidencialista ou parlamentarista. A Monarquia teve 6.843.196 e a República
44.266.608, votei na República. Na outra opção, o Presidencialista teve
37.256.884, o Parlamentarista, 16.518.028, eu votei em quem perdeu.
Das oito eleições municipais, entre 88 e 96 escolhi o
prefeito de São Paulo, desde 2000, escolho o de Rio Verde... Nas eleições de 94 e 98 eu votei em um dos
melhores políticos que já passaram por aqui, Mario Covas para o Governo de São
Paulo, (essa é a minha opinião, sei também que é a de milhões de pessoas...)
Covas nasceu em uma data importante para a Nação, o 21 de abril... Mario Covas
foi eleito senador em 1986 com 7,7 milhões de votos, a maior votação de um
candidato a cargo eletivo na história do Brasil (naquele momento), desencarnou
em 2001. Em 2000, depois de um certo tempo longe de Rio Verde, estava
de volta... prestei serviços na campanha, não deveria ter participado, mas
acabei me envolvendo, não foi algo bom, isso acabou marcando, sofri
perseguições por parte de quem venceu... Em 2010 lá estava eu envolvido em campanha novamente
(foi a última vez, não pretendo participar nunca mais, como o nunca mais é um
tanto quanto forte, quiçá...) Nos embates das redes, de um lado “eles” do outro
“nós”... mas quem são eles, quem somos nós... Assim, quem já escreveu na cédula,
hoje tecla, quem sabe um dia votaremos de uma outra forma... talvez pelo simples
olhar da íris...