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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Fotografia



Fábio Trancolin




As fotos antigas amarelaram, elas estão penduradas na parede… ou no porta-retrato envelhecido, no 3x4 do documento, ou em uma gaveta ficou esquecida, alguns não lembramos quem são… quais são as suas histórias, outros fazemos questão de não esquecer… As memórias estão gravadas nas fotos, as lembranças estão impressas no postal… Olhando fotos antigas rimos, choramos, boas recordações, recordações guardadas e compartilhadas, declarações feitas no verso com prosa e verso… naquele momento de ciúmes, revolta e incompreensão, o retrato foi rasgado, depois colado com durex e arrependimento ficou… colado no retrato 3x4… foto guardada dentro de um livro, o cabelo mudou, o sorriso, não…“Um simples retrato, tipo três por quatro na minha carteira…”   

De piquenique num riacho de águas cristalinas, pescaria num ribeirão de correnteza gelada, tomando aguardente pra esquentar o frio da madrugada fora de estação. Da turma da 4ª série, todos juntinhos na sala e na saída do portão, a menina bonita, ainda trago na lembrança, claro, nunca saiu do coração… Turma do futebol, do quintal, do trabalho... Da viagem em excursão…da chegada, da partida, a ida e vinda… de lugares que eu nunca voltei, e talvez não voltarei… de lembranças que eu quero esquecer, de alguém que eu faço questão de jamais esquecer… da tua risada gostosa na ceia de natal, da foto que não tirei na praia, aquela que não tiramos, quando pela primeira vez eu vi o mar, “fui dono do mar azul, de todo azul do mar… foi assim, como ver o mar… foi a primeira vez que eu vi o mar…o retrato ficou apenas na imaginação…

A foto da árvore que hoje é tombada, nem é mais lembrada, virou lenha… do fogão a lenha em noite fria, no “rabo” do fogão… em bar de um lugar distante que tocava a música romântica que mexia com o coração... do cachorro, do gato, do teu bicho de estimação… Aquela na fazenda de umas férias que ficaram gravadas, eternizadas nas histórias sempre contadas com muita emoção, quantas recordações... Sim, são lembranças, que trago na memória, guardadas e são contadas como histórias, para não esquecer quem somos, de onde viemos, o que fizemos, contamos e guardamos… O preto e branco amarelado…Foto de lambe-lambe, olha o passarinho… 12, 24 e 36… Revelação, negativo… expectativa no envelope entregue em balcão…digital, click que click, arquiva, não tem revelação…  “O retrato que eu te dei, se ainda tens não sei… mas, se tiver, devolva-me…” Um dia seremos apenas um retrato na estante de alguém, depois, nem isso…








domingo, 10 de novembro de 2019

Os anjos de quatro patas…



Fábio Trancolin 

Os filmes de cachorros sempre nos emocionam, ainda mais para quem ama os anjos de quatro patas… estava assistindo televisão e mexendo no controle, quando vi que iria começar um desses maravilhosos filmes, “Sempre ao seu lado”, esse filme estrelado por Richard Gere, foi lançado em 2009. Na história o Professor Parker quando voltava do trabalho encontra o cão que foi esquecido na estação de trem, ele o adota, o laço entre os dois cresce a cada dia. O cachorro acompanha até a estação de trem diariamente quando ele sai para trabalhar e vai "buscá-lo" na hora do retorno. Um dia, durante a aula, o professor morre, mas o leal amigo não desiste de esperá-lo, anos a fio, na esperança de rever seu dono, é um remake do filme japonês Hachiko monogatari.



A verdadeira história, é a do professor Ueno, um professor do departamento de agricultura da Universidade de Tóquio. Ueno, foi um amante de cães, ele que deu o nome Hachiko e nomeou-o de Hachi, que é o diminutivo do nome.  Hachiko nasceu 10 novembro de 1923 (hoje no dia que eu escrevo essa crônica é aniversario de Hachi), em Odate, na província de Akita, no Japão. Hachiko seguia o professor a todos os lugares; durante vários meses todas as manhãs, o cão acompanhou o protetor no caminho de casa até a estação de trem de Shibuya, e o esperava por seu retorno no final da tarde.

Porém, em maio de 1925, o professor Ueno morreu quando lecionava. Hachiko foi doado pela Senhora Ueno para alguns parentes do professor, entretanto, ele escapava constantemente, aparecendo com frequência na sua antiga casa. Durante quase 10 anos o devotado Hachi regressava à estação de trem de Shibuya, todos os dias e procurava pelo seu dono dentre os passageiros que desembarcavam dos trens, mais precisamente no horário do desembarque em que o dono chegava, na esperança de reencontra-lo. Em 21 de abril de 1934, uma estátua de bronze de Hachiko (ainda em vida), foi erguida em frente ao portão da bilheteria da estação, com um poema gravado em um cartaz intitulado "Linhas para um cão leal". Na madrugada de 8 de março de 1935, com mais de 11 anos, ele deu seu último suspiro no mesmo lugar onde por anos a fio esperou pacientemente por seu dono. Todo dia 8 de março, é realizada uma cerimônia solene na estação de trem, em homenagem à história do cão leal. Não é raro ter que enfrentar fila para fazer uma foto ao lado da estátua preta do cãozinho que fica praça da entrada da estação de Shibuya.



Recomendo que assistam ao filme, “Quatro vidas de um cachorro"… Um cachorro morre e reencarna várias vezes na Terra. Embora encontre novas pessoas e viva muitas aventuras, ele mantém o sonho de reencontrar o seu primeiro dono, que sempre foi seu maior amigo, quem gosta dos amigos peludos, não tem como não se emocionar com esse… Como eu disse, quem gosta do filme que retrata essas histórias, vai lembrar de outro clássico, “Marley e eu”, e como não se emocionar com a cena de despedida… passei por isso na ‘Clínica Tô Dodói’, minha amiga veterinária Ednea Portilho, teve que fazer o mesmo com a minha adorável Minnie, eu estive ao lado da minha cadela… sai quando ela foi aplicar o sedativo final… Esses amiguinhos leais, fiéis, parceiros e dedicados, o AMIGO LEAL!!! 
    


Em palestra já citei a história de lealdade de um cão, o fato aconteceu em Edinburgh, Escócia. É a história do pastor de ovelhas Jock e o leal cão Bobby, um Skye Terrier, que durante quatorze anos manteve guarda silenciosa no cemitério de Greyfriar, ao lado do túmulo do seu dono, até que morreu em 1879. Bobby se tornou um herói para os cidadãos da cidade, se algum dia alguém for para Edinburgh, poderá ver a estátua de Bobby, e  pode contemplar seu mausoléu, conhecer a sua história através de livros e ver o seu prato e sua coleira no Museu de Edimburgo, que ainda estão lá, mais de 140 anos de sua morte.


Nos relatos do amigo Chico Xavier, conta que ele tinha uma cachorrinha de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse.
Chico então dizia:
Ah, Boneca, estou com muitas pulgas!!!  Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho. Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.
Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica a sua saudosa Boneca. A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor, e os presentes a pegavam no colo, sem, contudo, desalinhá-la de sua manta. A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e lambê-lo.
Ah, Boneca, estou cheio de pulgas!!! Disse Chico. A filhotinha começou então a coçar-lhe as pulgas, e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram:
– Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!!
Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer.
Chico respondeu:
– Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. É, Boneca está aqui, sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis.

Lembro de todos os animaizinhos que tive, lembro de cada um:
Gigi, Brutus, Lili, Life, Shine, Chiquita, Katy, Pepita, Minnie, Toquinho, Pepita, Polly, Meg e Teka…  Os anjos de quatro patas…   








quarta-feira, 27 de março de 2019

Os panfletos de divulgação da sétima arte



Fábio Trancolin

Como é bom guardar algo que no passado nos trouxe felicidade, que de tão bom, não foi esquecido. Como alguns tem conhecimento, eu adoro histórias de bons momentos, de algo que lá no passado ficou, mas alguém não se esqueceu... e guardou... Compartilho com vocês um achado, conversando com o meu amigo Rui Fagundes, ele me mostrou um guardado, algo para quem ama a cultura, a história, e preserva a memória, foi de grande emoção, foi um achado... Ele guarda em uma gaveta de recordações, os panfletos de divulgação dos filmes que seriam exibidos no cinema, lá pelos idos da década de 50...

A diversão dos jovens entre as décadas de 50 e 60 era ir ao cinema, antes da exibição dos filmes, eram transmitidos telejornais com notícias nacionais, assim eles se informavam do que estava acontecendo.  (A televisão era novidade para época, o jornalista Assis Chateaubriand, tinha fundado a TV Tupi em 18 de setembro de 1950, ela foi a primeira emissora de televisão do Brasil e da América do Sul, e também a quarta do mundo. O televisor era importado, os mais abastados tinham acesso a essa tecnologia, a novidade não era acessível a todos). O lazer da juventude daquela época era ir ao cinema, à igreja e conversar na praça. O Rui e a esposa Helena (na época namorada) adorava ir ao cinema, eram fãs da sétima arte, tanto era, que ele guardou como recordações da ‘Belle époque’ (a expressão é francesa e foi criada para designar um período da história na Europa marcado pela paz aproximadamente entre 1871 e 1914, início da 1º Guerra Mundial...), cito-a, pois era uma bela época de encanto e novidades... Eu faria parte de uma outra geração, a geração dos “meninos de Kichute” os das décadas de 70 e 80...

Nós juntávamos garrafas e vendíamos para que pudéssemos ir ao cinema... Primeiro filme que assisti no cinema foi Homem Aranha em 1978, trinta anos depois, o primeiro filme que o Victor Hugo assistiu, também foi Homem Aranha, ele também tinha 10 anos, igual ao pai, o cinema era no mesmo lugar, porém o nome tinha mudado para Cine Regente. Ali eu vi muitos outros, foram bons filmes... Os do ‘Mazzaropi’ e ‘Trapalhões’ lotavam as sessões vespertinas.  E, também, teve “Igrejinha da serra”, o grande sucesso rio-verdense do cineasta, produtor, ator e sonhador, meu amigo Alberto Rocco, ou simplesmente, Betinho...

No início da década de 50, tínhamos duas empresas cinematográficas, “Empresa Pereira de Castro & Cia. Ltda.” essa era o Cine Bagdad, na Rua Rui Barbosa, o prédio sempre foi utilizado para esse fim, o prédio está lá com a sua arte estilo ousado para época de inauguração, hoje, ele ‘esquecido’ está, sonhadores amantes da cultura, tentam restabelecer a arte cultural no local, sem apoio, não tem arte nem cultura... O Cine Rio Verde ficava na Rua Rafael Nascimento, denominado na razão social, como “Tília Jaime Nascimento”. Os panfletos traziam as informações dos filmes da semana, o folheto trazia as empresas que patrocinavam a divulgação. Recordar é viver... faz bem lembrar, nessa imensa tela, não se vê mais os clássicos, mas a tela da memória, essa não se apaga, o tamanho é imensurável...





































terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Lendas urbanas



Fábio Trancolin


Você já teve medo da loira do banheiro? Eu já tive medo da loira do banheiro. Você já viu a loira do banheiro? Eu vi várias vezes, sem nunca ter visto... essa talvez tenha sido uma das principais lendas urbanas da minha infância... em algumas regiões, ela foi conhecida como Maria Algodão, Loira do Banheiro, enfim, todas referindo-se a uma aparição feminina nos banheiros brasileiros. Conta se a história ou a teoria, que ela era uma moça loura que matava aula, porém, numa dessas escapadas, ela caiu, bateu a cabeça e morreu, ou que fora morta no banheiro, cada um contava uma versão. Por fim, ela era muito difundida em colégios primários... Meu contato com ‘ela’ aconteceu quando eu estava no primeiro ano do primário, o ano era 76, mas ela me acompanhou até 79, quando terminei o primário... No ginásio ela não quis mais “aparecer...”, saiu do meu imaginário...  Essa história propagou através dos tempos, “mentirosos” afirmavam que viram e falaram com ela... “quem conta um conto, aumenta um ponto...”


Hoje as lendas são espalhadas através da internet pelo meio das suas fakes News. E, é cada uma que escutamos... Fake News, traduzindo ao pé da letra, nada mais é do que notícia falsa. As fake News se tornaram popular em todo o mundo para denominar informações falsas que são publicadas em redes sociais. Essas "notícias falsas”, são as informações noticiosas que não representam a realidade, mas, que são compartilhadas na internet como se fossem verdadeiras. Geralmente, uma ‘fake’ é exposta para criar uma contestação em torno, de uma situação ou pessoa, contribuindo para denegrir a imagem. Por ter um conteúdo extremamente teatral, apelativo e polêmico, as fake news costumam atrair muita atenção das massas, especialmente quando estas estão desprovidas de senso crítico. Então antes de divulgar, perca um tempinho para pesquisar a veracidade da informação, busque a fonte antes de sair contando e propagando histórias que não são verdadeiras... falando em lendas urbanas, essas pareciam assustadoras, mas, eram inofensivas, o boneco Fofão e sua faca negra... Xuxa e o pacto satânico... Homem do saco, corre que lá vem o Opala negro...






terça-feira, 15 de janeiro de 2019

A vida não é apenas um click



Fábio Trancolin


Como andas o teu tempo? O que tens feito tu no dia a dia do vai e vem de lugar algum, ou seja, para nenhum lugar.  Tem conversado com os teus filhos, você não tem tempo para eles? Tem dado a devida atenção para sua companheira (o)? Tem visto os teus pais com frequência, ou apenas na mensagem do aplicativo? Esqueceu-se dos teus irmãos? Tem sentido o cheiro de vó, ou esqueceu que ela existe? Deu uma paradinha para ouvir o teu avô contar as mesmas histórias, mas saiba que para ele é importante contar, chegará um momento em que você não vai ter a oportunidade de ouvir mais, isso fará falta nos teus ouvidos... tem colocado a culpa no tempo, e sempre se desculpando dizendo que não há tempo disponível para isso, já que tem que se dedicar à carreira e ao sucesso das ações em que está envolvido. Lembre-se, família é a mais importante instituição humana. Nunca se esqueça que é em nossas casas que encontramos a segurança, o carinho, o apoio, a paz e o amor que precisamos.


Já vi e revi algumas várias vezes, o filme “Click”, e, todas às vezes, ele consegue dar uma “cutucada” de como tenho e temos conduzindo as nossas vidas... Adam Sandler interpreta Michael Newman, um arquiteto atarefado que busca a valorização profissional e melhores rendimentos, para dar uma qualidade melhor para os filhos, e, como consequência disso, sacrifica dessa maneira o tempo matando-se de trabalhar e estando ausente da vida familiar mesmo quando está em casa. A analogia que fazemos em relação ao filme, é a preocupação que devemos ter quanto ao que nos movimenta em relação ao trabalho, a busca constante ao sucesso… tendo como controlar a vida, escolheremos só os fatos, os acontecimentos sem perdas, dificuldades ou problemas, apenas o lado bom (ou seja, acreditamos nisso...)... burlar a vida retendo só o que é bom e se esquivando do que é ruim, a vida real não permite isso, não existe contos de fadas, devemos passar pelas atribulações que a vida no envia, devemos esfolar a epiderme, pois a vida é assim. Lembrando sempre que somos os únicos responsáveis pela realidade, que é o  resultado de nosso livre arbítrio. 



Deixando bem claro que não estou declinando o trabalho e muito menos desvalorizando a busca da nobreza profissional, mas sim de que se faz necessário buscar um equilíbrio entre a excelência profissional e a excelência do convívio familiar. Que fique bem claro, é indispensável compreender o que realmente é importante. Existe uma frase que ilustra bem isso, “não viva para trabalhar, trabalhe para viver”, entretanto, trabalhe com muita responsabilidade e compromisso com a empresa, utilize bem o tempo de trabalho. Planeje, priorize tarefas, não busque a perfeição (faça bem feito), faça o simples, fazendo isso, tende a melhorar... 



A vida se assemelha a uma viagem de trem, com seus embarques e desembarques, suas estações, paradas, alegrias e tristezas, os companheiros de viagens, entram e saem dos vagões, alguns descem e lembraremos deles por toda a viagem, outros nem percebemos que desembarcaram... as viagens, com seus sonhos, fantasias, esperas, despedidas... faça com que essa viagem possa valer a pena... quando chegar o momento de descer, que possamos deixar saudades e boas recordações do tempo em que estivemos no caminho... Não tente acelerar o trem, ele segue a jornada dentro do planejamento do maquinista do tempo (DEUS)...    



segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Cartas esperam respostas



Fábio Trancolin
Quantas e tantas cartas foram rabiscadas, rasgadas e muitas foram enviadas... “Cartas esperam respostas, não olham nos olhos, foi bem mais fácil escrever”...  Era tão bom e reconfortante receber as ‘seladas’, às vezes perfumadas, traziam noticias de terras distantes, histórias, lembranças, dramas e emoções. No final da tarde o amigo carteiro passava. Como era gratificante, alguma coisa na caixinha que o amigo mensageiro depositou. Rasgava o envelope como quem abre um bombom, na vontade logo de saborear o conteúdo. Muitas vieram, e, em uma caixa elas foram guardadas, mas, com o tempo sabe lá porque, descartadas foram... 

Nas linhas pautadas, as saudades eram lembradas e choradas, os pedidos que naquele momento não teve como atender... Cartas que tristezas trouxeram, e alegrias vieram embaladas nas lembranças de músicas que foram tocadas na madrugada... saudade vai, saudade vem... Dentro de cada palavra, eu me desenho inteiro pra você... Cartão postal, de natal, aniversário, vieram e foram carimbados... teve aquele musical, outro internacional... Fez festa na espera, na chegada, na resposta do postal... aquela carta que nunca chegou... coleção de selo era ajuntada.  

Mentiras vieram fazer verdade no final da escrita com perfume e recorte de jornal. Fotografia com pose e beijo, mensagem de saudade na espera do portão. Livros foram enviados para ajudar no momento em que necessitavas da leitura reconfortante... esse hábito tão comum antes da chegada do computador, mas, com o passar do tempo, esse hábito caiu em desuso... Os anos se passaram, as mensagens mudaram o modo de te alcançar, mas, na linha branca tinha um ‘sabor’ tão diferente, no ler e reler... Lia ouvindo o vinil no chiado da agulha... O ser humano não tem compromissos com a simplicidade ou a complexidade das coisas. ” Essa frase é uma das marcantes do filme o “Carteiro e o poeta”... “Cartas esperam respostas, não olham nos olhos, foi bem mais fácil escrever”...