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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Lendas urbanas



Fábio Trancolin


Você já teve medo da loira do banheiro? Eu já tive medo da loira do banheiro. Você já viu a loira do banheiro? Eu vi várias vezes, sem nunca ter visto... essa talvez tenha sido uma das principais lendas urbanas da minha infância... em algumas regiões, ela foi conhecida como Maria Algodão, Loira do Banheiro, enfim, todas referindo-se a uma aparição feminina nos banheiros brasileiros. Conta se a história ou a teoria, que ela era uma moça loura que matava aula, porém, numa dessas escapadas, ela caiu, bateu a cabeça e morreu, ou que fora morta no banheiro, cada um contava uma versão. Por fim, ela era muito difundida em colégios primários... Meu contato com ‘ela’ aconteceu quando eu estava no primeiro ano do primário, o ano era 76, mas ela me acompanhou até 79, quando terminei o primário... No ginásio ela não quis mais “aparecer...”, saiu do meu imaginário...  Essa história propagou através dos tempos, “mentirosos” afirmavam que viram e falaram com ela... “quem conta um conto, aumenta um ponto...”


Hoje as lendas são espalhadas através da internet pelo meio das suas fakes News. E, é cada uma que escutamos... Fake News, traduzindo ao pé da letra, nada mais é do que notícia falsa. As fake News se tornaram popular em todo o mundo para denominar informações falsas que são publicadas em redes sociais. Essas "notícias falsas”, são as informações noticiosas que não representam a realidade, mas, que são compartilhadas na internet como se fossem verdadeiras. Geralmente, uma ‘fake’ é exposta para criar uma contestação em torno, de uma situação ou pessoa, contribuindo para denegrir a imagem. Por ter um conteúdo extremamente teatral, apelativo e polêmico, as fake news costumam atrair muita atenção das massas, especialmente quando estas estão desprovidas de senso crítico. Então antes de divulgar, perca um tempinho para pesquisar a veracidade da informação, busque a fonte antes de sair contando e propagando histórias que não são verdadeiras... falando em lendas urbanas, essas pareciam assustadoras, mas, eram inofensivas, o boneco Fofão e sua faca negra... Xuxa e o pacto satânico... Homem do saco, corre que lá vem o Opala negro...






terça-feira, 15 de janeiro de 2019

A vida não é apenas um click



Fábio Trancolin


Como andas o teu tempo? O que tens feito tu no dia a dia do vai e vem de lugar algum, ou seja, para nenhum lugar.  Tem conversado com os teus filhos, você não tem tempo para eles? Tem dado a devida atenção para sua companheira (o)? Tem visto os teus pais com frequência, ou apenas na mensagem do aplicativo? Esqueceu-se dos teus irmãos? Tem sentido o cheiro de vó, ou esqueceu que ela existe? Deu uma paradinha para ouvir o teu avô contar as mesmas histórias, mas saiba que para ele é importante contar, chegará um momento em que você não vai ter a oportunidade de ouvir mais, isso fará falta nos teus ouvidos... tem colocado a culpa no tempo, e sempre se desculpando dizendo que não há tempo disponível para isso, já que tem que se dedicar à carreira e ao sucesso das ações em que está envolvido. Lembre-se, família é a mais importante instituição humana. Nunca se esqueça que é em nossas casas que encontramos a segurança, o carinho, o apoio, a paz e o amor que precisamos.


Já vi e revi algumas várias vezes, o filme “Click”, e, todas às vezes, ele consegue dar uma “cutucada” de como tenho e temos conduzindo as nossas vidas... Adam Sandler interpreta Michael Newman, um arquiteto atarefado que busca a valorização profissional e melhores rendimentos, para dar uma qualidade melhor para os filhos, e, como consequência disso, sacrifica dessa maneira o tempo matando-se de trabalhar e estando ausente da vida familiar mesmo quando está em casa. A analogia que fazemos em relação ao filme, é a preocupação que devemos ter quanto ao que nos movimenta em relação ao trabalho, a busca constante ao sucesso… tendo como controlar a vida, escolheremos só os fatos, os acontecimentos sem perdas, dificuldades ou problemas, apenas o lado bom (ou seja, acreditamos nisso...)... burlar a vida retendo só o que é bom e se esquivando do que é ruim, a vida real não permite isso, não existe contos de fadas, devemos passar pelas atribulações que a vida no envia, devemos esfolar a epiderme, pois a vida é assim. Lembrando sempre que somos os únicos responsáveis pela realidade, que é o  resultado de nosso livre arbítrio. 



Deixando bem claro que não estou declinando o trabalho e muito menos desvalorizando a busca da nobreza profissional, mas sim de que se faz necessário buscar um equilíbrio entre a excelência profissional e a excelência do convívio familiar. Que fique bem claro, é indispensável compreender o que realmente é importante. Existe uma frase que ilustra bem isso, “não viva para trabalhar, trabalhe para viver”, entretanto, trabalhe com muita responsabilidade e compromisso com a empresa, utilize bem o tempo de trabalho. Planeje, priorize tarefas, não busque a perfeição (faça bem feito), faça o simples, fazendo isso, tende a melhorar... 



A vida se assemelha a uma viagem de trem, com seus embarques e desembarques, suas estações, paradas, alegrias e tristezas, os companheiros de viagens, entram e saem dos vagões, alguns descem e lembraremos deles por toda a viagem, outros nem percebemos que desembarcaram... as viagens, com seus sonhos, fantasias, esperas, despedidas... faça com que essa viagem possa valer a pena... quando chegar o momento de descer, que possamos deixar saudades e boas recordações do tempo em que estivemos no caminho... Não tente acelerar o trem, ele segue a jornada dentro do planejamento do maquinista do tempo (DEUS)...    



segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Cartas esperam respostas



Fábio Trancolin
Quantas e tantas cartas foram rabiscadas, rasgadas e muitas foram enviadas... “Cartas esperam respostas, não olham nos olhos, foi bem mais fácil escrever”...  Era tão bom e reconfortante receber as ‘seladas’, às vezes perfumadas, traziam noticias de terras distantes, histórias, lembranças, dramas e emoções. No final da tarde o amigo carteiro passava. Como era gratificante, alguma coisa na caixinha que o amigo mensageiro depositou. Rasgava o envelope como quem abre um bombom, na vontade logo de saborear o conteúdo. Muitas vieram, e, em uma caixa elas foram guardadas, mas, com o tempo sabe lá porque, descartadas foram... 

Nas linhas pautadas, as saudades eram lembradas e choradas, os pedidos que naquele momento não teve como atender... Cartas que tristezas trouxeram, e alegrias vieram embaladas nas lembranças de músicas que foram tocadas na madrugada... saudade vai, saudade vem... Dentro de cada palavra, eu me desenho inteiro pra você... Cartão postal, de natal, aniversário, vieram e foram carimbados... teve aquele musical, outro internacional... Fez festa na espera, na chegada, na resposta do postal... aquela carta que nunca chegou... coleção de selo era ajuntada.  

Mentiras vieram fazer verdade no final da escrita com perfume e recorte de jornal. Fotografia com pose e beijo, mensagem de saudade na espera do portão. Livros foram enviados para ajudar no momento em que necessitavas da leitura reconfortante... esse hábito tão comum antes da chegada do computador, mas, com o passar do tempo, esse hábito caiu em desuso... Os anos se passaram, as mensagens mudaram o modo de te alcançar, mas, na linha branca tinha um ‘sabor’ tão diferente, no ler e reler... Lia ouvindo o vinil no chiado da agulha... O ser humano não tem compromissos com a simplicidade ou a complexidade das coisas. ” Essa frase é uma das marcantes do filme o “Carteiro e o poeta”... “Cartas esperam respostas, não olham nos olhos, foi bem mais fácil escrever”...