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domingo, 10 de novembro de 2019

Os anjos de quatro patas…



Fábio Trancolin 

Os filmes de cachorros sempre nos emocionam, ainda mais para quem ama os anjos de quatro patas… estava assistindo televisão e mexendo no controle, quando vi que iria começar um desses maravilhosos filmes, “Sempre ao seu lado”, esse filme estrelado por Richard Gere, foi lançado em 2009. Na história o Professor Parker quando voltava do trabalho encontra o cão que foi esquecido na estação de trem, ele o adota, o laço entre os dois cresce a cada dia. O cachorro acompanha até a estação de trem diariamente quando ele sai para trabalhar e vai "buscá-lo" na hora do retorno. Um dia, durante a aula, o professor morre, mas o leal amigo não desiste de esperá-lo, anos a fio, na esperança de rever seu dono, é um remake do filme japonês Hachiko monogatari.



A verdadeira história, é a do professor Ueno, um professor do departamento de agricultura da Universidade de Tóquio. Ueno, foi um amante de cães, ele que deu o nome Hachiko e nomeou-o de Hachi, que é o diminutivo do nome.  Hachiko nasceu 10 novembro de 1923 (hoje no dia que eu escrevo essa crônica é aniversario de Hachi), em Odate, na província de Akita, no Japão. Hachiko seguia o professor a todos os lugares; durante vários meses todas as manhãs, o cão acompanhou o protetor no caminho de casa até a estação de trem de Shibuya, e o esperava por seu retorno no final da tarde.

Porém, em maio de 1925, o professor Ueno morreu quando lecionava. Hachiko foi doado pela Senhora Ueno para alguns parentes do professor, entretanto, ele escapava constantemente, aparecendo com frequência na sua antiga casa. Durante quase 10 anos o devotado Hachi regressava à estação de trem de Shibuya, todos os dias e procurava pelo seu dono dentre os passageiros que desembarcavam dos trens, mais precisamente no horário do desembarque em que o dono chegava, na esperança de reencontra-lo. Em 21 de abril de 1934, uma estátua de bronze de Hachiko (ainda em vida), foi erguida em frente ao portão da bilheteria da estação, com um poema gravado em um cartaz intitulado "Linhas para um cão leal". Na madrugada de 8 de março de 1935, com mais de 11 anos, ele deu seu último suspiro no mesmo lugar onde por anos a fio esperou pacientemente por seu dono. Todo dia 8 de março, é realizada uma cerimônia solene na estação de trem, em homenagem à história do cão leal. Não é raro ter que enfrentar fila para fazer uma foto ao lado da estátua preta do cãozinho que fica praça da entrada da estação de Shibuya.



Recomendo que assistam ao filme, “Quatro vidas de um cachorro"… Um cachorro morre e reencarna várias vezes na Terra. Embora encontre novas pessoas e viva muitas aventuras, ele mantém o sonho de reencontrar o seu primeiro dono, que sempre foi seu maior amigo, quem gosta dos amigos peludos, não tem como não se emocionar com esse… Como eu disse, quem gosta do filme que retrata essas histórias, vai lembrar de outro clássico, “Marley e eu”, e como não se emocionar com a cena de despedida… passei por isso na ‘Clínica Tô Dodói’, minha amiga veterinária Ednea Portilho, teve que fazer o mesmo com a minha adorável Minnie, eu estive ao lado da minha cadela… sai quando ela foi aplicar o sedativo final… Esses amiguinhos leais, fiéis, parceiros e dedicados, o AMIGO LEAL!!! 
    


Em palestra já citei a história de lealdade de um cão, o fato aconteceu em Edinburgh, Escócia. É a história do pastor de ovelhas Jock e o leal cão Bobby, um Skye Terrier, que durante quatorze anos manteve guarda silenciosa no cemitério de Greyfriar, ao lado do túmulo do seu dono, até que morreu em 1879. Bobby se tornou um herói para os cidadãos da cidade, se algum dia alguém for para Edinburgh, poderá ver a estátua de Bobby, e  pode contemplar seu mausoléu, conhecer a sua história através de livros e ver o seu prato e sua coleira no Museu de Edimburgo, que ainda estão lá, mais de 140 anos de sua morte.


Nos relatos do amigo Chico Xavier, conta que ele tinha uma cachorrinha de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse.
Chico então dizia:
Ah, Boneca, estou com muitas pulgas!!!  Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho. Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.
Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica a sua saudosa Boneca. A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor, e os presentes a pegavam no colo, sem, contudo, desalinhá-la de sua manta. A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e lambê-lo.
Ah, Boneca, estou cheio de pulgas!!! Disse Chico. A filhotinha começou então a coçar-lhe as pulgas, e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram:
– Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!!
Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer.
Chico respondeu:
– Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. É, Boneca está aqui, sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis.

Lembro de todos os animaizinhos que tive, lembro de cada um:
Gigi, Brutus, Lili, Life, Shine, Chiquita, Katy, Pepita, Minnie, Toquinho, Pepita, Polly, Meg e Teka…  Os anjos de quatro patas…