Em minhas caminhadas
pelas ruas, tenho sido testemunha das transformações que ocorrem ao meu redor.
Às vezes, essas mudanças vêm acompanhadas de um desrespeito pela memória e pela
cultura do passado. Percorro as ruas com um olhar atento, testemunha silenciosa
das transformações que moldam o contexto urbano ao meu redor. O progresso é
progressivo e faz parte da evolução natural das sociedades, mas a preservação
da história é essencial para manter viva a memória de um lugar. Sim, o avanço é
parte essencial da evolução, mas a preservação da história é um elo vital com a
identidade de um lugar.
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Praça da Matriz |
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Praça da Matriz |
Locais que foram cenários
de eventos marcantes, que moldaram a identidade de uma comunidade, muitas vezes
são negligenciados no prol do desenvolvimento urbano. Casas históricas, ruas
antigas e até mesmo espaços naturais são sacrificados em nome do concreto e do
crescimento econômico, deixando para trás a valorização do patrimônio cultural.
Por entre os escombros do que um dia foi palco de eventos marcantes, agora
erguem-se estruturas impessoais, indiferentes à riqueza patrimonial que
deveriam resguardar. É como se a memória do local fosse apagada, relegada ao
esquecimento, ignorando o valor inestimável que representa.
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ABAL - Lar dos Vovôs - Rua Gumercindo Ferreira |
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ABAL - Lar dos Vovôs - Rua Gumercindo Ferreira
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Uma frase ecoa em minha
mente: "Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história
está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do
passado." Essas palavras refletem a importância de aprender com os eventos
passados, de valorizar nossa herança cultural e de preservar os locais que
testemunharam nossa jornada coletiva. Quanto poder reside nessas palavras! Elas
ressoam como um alerta, lembrando-nos da importância de preservar as raízes que
nos sustentam.
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Rua Rafael Nascimento |
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Rua Rafael Nascimento |
Ao observar as mudanças
nas ruas, sinto saudades dos tempos em que os quintais eram espaços amplos e
frutíferos, onde os vizinhos se reuniam nas calçadas para trocar histórias e
experiências. Hoje, o concreto substituiu a vegetação, e a solidão parece
reinar, pois mal conheço meus próprios vizinhos. Nas ruas onde antes ecoavam
risos e conversas entre vizinhos, agora reina o silêncio ensurdecedor. Os
quintais generosos foram engolidos pelo concreto impiedoso, enquanto as portas
que outrora se mantinham abertas, convidando à convivência, agora permanecem
cerradas, isolando-nos uns dos outros.
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Rua Senador Martins Borges |
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Rua 12 de outubro |
O tempo avança irreparavelmente, no entanto, gostaria de ver preservada a arte
do local: as casas antigas com seus alpendres protegidos, os murais que contam
histórias e os detalhes, detalhes que refletem uma época passada. O passado é
uma bagagem que carregamos conosco, e convém aprender com ele para moldar um
futuro mais promissor. O tempo, esse mestre implacável, não cessa sua marcha.
Saber envelhecer é uma arte, é verdade, mas mais do que isso, é saber apreciar
e preservar a beleza do que nos cerca. Anseio por ver preservada a arte do
local, pelas casas com seus alpendres acolhedores, pelos afrescos que transmitem
histórias silenciosas.
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Praça Castelo Branco ( Praça José Maria Barros) |
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Rua São Sebastião (Casarão Frederico Jayme) |
Que podemos encontrar
tempo para mudar, para valorizar nossa história e para reconectar com nossas
raízes. Que tenhamos muitas histórias para contar, para que nunca esqueçamos de
onde viemos e para onde queremos ir. Ainda há tempo para mudar, para valorizar
o que realmente importa. Que eu nunca me esqueça da porta da tua casa, da
fachada que evoca lembranças, da janela onde depositava minhas esperanças. Que
as portas das casas continuam abertas, que as fachadas nos tragam lembranças.
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Rua Senador Martins Borges |
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Rua Senador Martins Borges |
Que cada rua, cada casa,
cada pedaço de história preservado seja um convite à reflexão e à conexão com
nossas raízes. Que tenhamos muitas histórias para contar, e que cada uma delas
seja um tributo à nossa memória coletiva. Que a mudança que sempre começamos
por nós mesmos, confirmando e valorizando o que realmente importa: nossa
história, nossa cultura, nosso lar.
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Palácio da Intendência - Cadeia velha |
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Palácio da Intendência - Cadeia velha |
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CENTRO DE TREINAMENTO JOÃO XXIII - Av. Presidente Vargas |