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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Na verdade isso não tem preço




Fábio Trancolin


Essa é mais uma daquelas situações que acontecem em nossas vidas, e nos deixa a pensar. Será que estamos dando a importância àquilo que na verdade têm valor? Está o valor na etiqueta? Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas preços e grifes? O simulacro (simulação da realidade, com intuito capitalista) que nos influência a valorizar determinado produto ou mesmo alguém. Ou os nossos sentimentos e a nossa analise de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia e pelas instituições que detêm o poder financeiro? Não se compra carinho, abraços e beijos. Já percebeu na criança que às vezes quando ela recebe um presente necessariamente o que ela gostou não é o que custou mais caro! Gostaria de compartilhar com vocês um texto que relata o real valor do preço na etiqueta: 

A nota é internacional e diz, mais ou menos assim: Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeito desce na estação do metrô de Nova York, vestindo jeans, camiseta e boné. Encosta-se próximo à entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal. Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o musico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de três milhões de dólares. Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram à bagatela de mil dólares. 

A experiência no metrô, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferente ao som do violino. A iniciativa, realizada pelo jornal The Washigton Post, era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão é de que estamos acostumados a dar valor às coisas, quando estão num contexto. Bell, no metrô, era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Esse é mais um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas, que são únicas, singulares e a que não damos importância, porque não vêm com a etiqueta de preço. E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, porque não se compra. 



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