Fábio Trancolin
Exposição pecuária 1971 – Dona Isabel
no colo Marcello, Jairon e Fábio
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Quando
eu era criança nos anos 70, lá pelo mês de julho o que mais se escutava era, "você já foi na pecuária?" Era um passeio obrigatório, era um evento esperado
e um tanto aguardado. Era o acontecimento do ano, os bares, os shows, o parque,
ah! O parque de diversões com suas atrações! Carrinho bate-bate, roda gigante,
escorregador, carrossel, olha argola... Quem quer tentar a sorte?... “Hoje
grande atração ‘Conga’ a mulher gorila!” era anunciada no alto-falante do
parquinho em um tom assustador, as apostas um tanto quanto duvidosa e seus
marreteiros...
Maçã
do amor e sorvete na casquinha naquelas máquinas com os vidros coloridos era
uma delícia. Vendedores de muitas coisas se encontravam de tudo. Dupla
sertaneja de música sertaneja mesmo (Milionário & José Rico, Mato Grosso
& Matias, João Mineiro & Marciano, isso só para citar alguns, a lista
de grandes duplas é imensa)... Não se cobrava, não tinha ingresso. Animais em
exposição, belos animais sem hormônios. O touro Reflexo, grande campeão!
Garotas e garotos no vai e vem à procura de alguém, sempre encontrava alguém...
E, geralmente, terminava a noite de mãozinhas dadas com maçã do amor.
Maça do amor |
Máquina de sorvete |
Poeira,
poeira vermelha do meu sertão, com palha de arroz, invadia as narinas dos
tempos de recordação, misturada com cheiro de bosta de vaca, que você que lá
esteve sabe do que estou falando! Assim, eram os dez dias da festa, os “manguaceiros” amanheciam
no meio da palha, às vezes, ali ficavam dias “curtindo” a festa. A “pecuária”
sempre foi ali onde está até hoje, mas como era longe naquela época!
Final
de festa era aguardada pelas donas de casa, era dia da liquidação dos mascates
e vendedores ambulantes, eles montavam as barracas dentro da feira, e
terça-feira era realizado o “queimão”... Era a
alegria da “mulherada”, panela, bugiganga, utensílios domésticos
e muitas outras coisas...
Hoje a feira é referência, não só
no estado e sim no país, mas aqui recordamos um tempo de qualquer ano da década
de 70 ou 80... E “você já foi na pecuária?”‘