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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Era uma vez uma árvore


Fábio Trancolin

Era uma vez uma árvore muito bonita, ela era majestosa, imponente e esplendorosa. De muito longe quem olhasse em sua direção os seus galhos avistava. Como era linda a árvore da minha infância, da infância do meu pai e da infância de outros tantos. O pai conta a história que nos tempos longe da infância de moleque feliz, por lá andava em companhia do meu avô, os galhos das árvores recolhidos alimentavam o fogo do fogão a lenha que noite e dia ardia...

                        Foto: Fábio Trancolin
Como era linda a árvore que no outono de rosa pintava o céu, o chão e de longe se via... Os Beija-flores beijavam as flores e a festa faziam. Mais de um século passou, e ela em pé ficou... Muitas coisas ela do alto observou. No outono ela floria... Seu porte, suas flores de alegria a todos enchiam... Certa época do ano, as flores caiam, ela secava, seus galhos pelados ficavam, parecia que a morte lhe abateu, porém a cada ano ela floresceu. O tempo foi passando, os dias, anos, décadas... Ela lá, olhando ao redor, a cidade chegou aos teus pés, a floresta que lá havia, em cafezal transformou, os pés de café arrancados foram, as casas no lugar ficaram...  Um dia, porém ela tombou... Caiu, alguém por maldade o tronco lhe feriu... Triste, atitude do ser dito racional... A cor floral, acabou, virou recorte de jornal.

                                  Foto: Fábio Trancolin
Não muito longe de onde a rainha reinava, outra de menor porte, faz a alegria geral, pois ela resiste já algumas décadas, encanta e floresce... E tal qual a outra, viu, e vai ver muitas outras coisas... As floradas logo depois do carnaval, os beija-flores virão sugar o néctar... E onde um dia a gigante habitou, nasce uma pequena muda, que algum dia, se tornará a beleza do local... Espero ver, mas sei que será difícil, pois do porte da majestosa nos seus quase 50 metros, talvez não veja... 

                                      Foto: Fábio Trancolin