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terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Epitáfio


Ao logo dos anos conversei muito com meu pai..., mas, hoje vejo que foi pouco, deveríamos ter conversado mais... precisaria ter falado mais, ter ouvido mais... quantas histórias contamos...  quantas tivemos a oportunidade de vivenciar, elas depois viraram historietas...  hoje eu sinto falta de ouvir as mesmas histórias, que muitas vezes foram contadas e boas lembranças nos proporcionou... Sem lamentações, não tem nada de impactante escrito no teu epitáfio, mas, acredito que deveríamos ter aproveitado mais, ter visto bem mais pores do sol, conversado mais... 


A cada fase na vida o pai fez parte de uma forma diferente, no início, via ele como o Super-herói, ele podia fazer tudo, na imaginação que eu tinha era assim que eu via...... nas perguntas feitas e as respostas obtidas, papai sabe tudo, meu pai sabia muitas coisas, ao longo dos anos fui percebendo que não era bem assim... na adolescência acreditava que ele não sabia nada daquilo, na minha tola imaginação, eu podia tudo (‘santa’ ingenuidade)... Então, você vai crescendo, e as etapas vão mudando, e você vai percebendo a importância da orientação e da experiência por ele adquirida. Em determinados momentos antes de fazer qualquer coisa, o pai era consultado, pois na sabedoria dele, ele poderia ter algo mais a orientar.



Quase seis meses da sua partida, esse será o primeiro Natal que ele não vai estar sentado na cabeceira da mesa... tivemos natais fartos, outros que “fartou” quase tudo, só não faltou a esperança de que a vida iria melhorar... “porque a vida é assim, ela muda para melhor, ai ela fica boa, depois parece que ela piora, melhora, mas não fica muito bom, depois fica meio ruim, depois parece que piorou...” assim é a vida, mas ela sempre melhora, e nos mostra o caminho certo a seguir...




Os últimos 33 natais, estivemos juntos, sem faltar nenhum... Eu, ele, nós e o Chester... Tinha uva passa, passa que passa, o tempo passa, passado que foi, esse não volta mais, as recordações que ficaram, saudades de um passado distante, ou não tão longínquo assim... a corda que estica puxando o 'caminhãozinho de roderinha’ e a linha que estica, estica e esticando e vai aumentando a saudade... na volta do carrinho no autorama, que passa correndo, assim como a vida passou... o estalar da espoleta, estalou, também passou... No quebra cabeça se falta uma peça, o quadro fica imperfeito... Não têm presente debaixo árvore, pisca-pisca, acende e apaga, a luz ilumina a sala... antes piscava mais... somente a luz que vem de dentro que não se apaga...     

 




segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Eu estreei no palco da vida...



Era o 250º dia do ano, uma fria sexta-feira do final de inverno na capital Paulista... o ano era 68, alguém disse que não terminou... alguém também perguntou, 1968 o que fizéssemos nós...  Eu estreei no palco da vida... lá vem, lá vem de novo, outra vez eu marco um ponto no calendário da vida... Dessa vez o 5.3... Foram tantos, eu não perco a conta, somo cada um, nessa somatória, vou adicionando os dias, meses e anos, no sempre outra vez, de tento em tento, sem lamento, vou contando os dias, para ser mais exato, foram 19.358 dias (... não foram poucos...) ... feliz outra vez... Grato eu fico, grato eu sou... Já dei a volta do mundo, em pensamentos e nos passos que na vida eu dei... no marco texto em amarelo risquei no guia pelas ruas onde andei...  Tal como o número que o Herbie traz assinalado na porta, eu marco na vida... Seja bem-vindo 53...   Ah, se a minha vida falasse, ela expressa, ela conta, está escrito, não nas estrelas, mas no livro do tempo... tempo, tempo, tempo, tempo... és um dos deuses mais lindos.... tempo amigo do vento... alguém certa vez disse, que eu sou o menino de setembro... esse menino se tornou um jovem senhor, que na música do tempo, o cantor falou, “és um senhor tão bonito...” tempo, tempo, tempo, tempo...