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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

A Praça da Matriz


 


No ano de 1973, um marco foi erguido em nossa cidade. No dia 5 de agosto, no dia em que se comemora o aniversário do município, a Praça da Matriz, que testemunhou inúmeras transformações ao longo dos anos, foi oficialmente entregue à população. Naqueles tempos, eu costumava passar por lá frequentemente, acompanhado pela nossa mãe, especialmente quando ela nos levava ao consultório médico que tinha uma porta de madeira redonda, localizado na rua Coronel Vaiano, o nosso pediatra Dr. Lenildo Martins.

Enquanto a praça ganhava forma, a marcenaria nos fundos do Colégio Martins Borges, onde nosso pai trabalhava, naqueles tempos era conhecida como a oficina do Ginásio, boas recordações desse lugar. Por isso, nossos caminhos cruzavam muitas vezes, a casa onde morávamos ficava na rua Afonso Ferreira, por ali passávamos com frequência.

O tempo foi passando, nós crescemos, e as árvores que foram plantadas na praça foram, ao longo dos anos, retiradas, cortadas ou tombaram. A praça, que um dia foi o cenário de encantamento e beleza, agora guarda apenas memórias do passado. No canto mais alto da praça, na esquina da Rua Costa Gomes com Itagiba Gonzaga Jaime, naqueles tempos, na magia de menino sonhador, ali era o nosso “shopping” da época, a Casa das Louças, um mundo mágico de fantasia e faz de contas, de alguma forma, nos conduzia ao mundo de encanto com os seus brinquedos e as maravilhas de um mundo das surpresas, de soldadinhos, carrinhos, bolas, bonecas e bailarina.


Cinquenta anos se passaram desde então. Observando fotografias antigas, percebi como a praça mudou, como o tempo deixou sua marca. O jeito dela, o aroma característico, tudo se transformou. Ao contemplar uma foto, sinto falta de alguém, a ausência de algo que não pode ser capturado pela lente da câmera, apenas pela memória e as lembranças.


A Praça da Matriz é agora um testemunho de meio século de mudanças, evoluções e lembranças. Cada detalhe, cada transformação, conta a história do tempo que passou e das vidas que foram vividas ao seu redor. O passado se desbota, mas as memórias persistem, ancoradas naquele lugar que, mesmo transformado, continua a ser uma parte permanente de nossa trajetória.

 





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