No ano de 1973, um marco
foi erguido em nossa cidade. No dia 5 de agosto, no dia em que se comemora o
aniversário do município, a Praça da Matriz, que testemunhou inúmeras
transformações ao longo dos anos, foi oficialmente entregue à população.
Naqueles tempos, eu costumava passar por lá frequentemente, acompanhado pela
nossa mãe, especialmente quando ela nos levava ao consultório médico que tinha
uma porta de madeira redonda, localizado na rua Coronel Vaiano, o nosso
pediatra Dr. Lenildo Martins.
Enquanto a praça ganhava
forma, a marcenaria nos fundos do Colégio Martins Borges, onde nosso pai
trabalhava, naqueles tempos era conhecida como a oficina do Ginásio, boas
recordações desse lugar. Por isso, nossos caminhos cruzavam muitas vezes, a
casa onde morávamos ficava na rua Afonso Ferreira, por ali passávamos com
frequência.
O tempo foi passando, nós crescemos, e as árvores que foram plantadas na praça foram, ao longo dos anos, retiradas, cortadas ou tombaram. A praça, que um dia foi o cenário de encantamento e beleza, agora guarda apenas memórias do passado. No canto mais alto da praça, na esquina da Rua Costa Gomes com Itagiba Gonzaga Jaime, naqueles tempos, na magia de menino sonhador, ali era o nosso “shopping” da época, a Casa das Louças, um mundo mágico de fantasia e faz de contas, de alguma forma, nos conduzia ao mundo de encanto com os seus brinquedos e as maravilhas de um mundo das surpresas, de soldadinhos, carrinhos, bolas, bonecas e bailarina.
Cinquenta anos se
passaram desde então. Observando fotografias antigas, percebi como a praça
mudou, como o tempo deixou sua marca. O jeito dela, o aroma característico,
tudo se transformou. Ao contemplar uma foto, sinto falta de alguém, a ausência
de algo que não pode ser capturado pela lente da câmera, apenas pela memória e as
lembranças.