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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Café Rio Verde: uma história de aromas e tradição


 

Torrefação Café Rio Verde – Rua Costa Gomes – Década de 70


O café, o delicioso e saboroso café. O café é originário das terras altas da Etiópia, em um local chamado Kaffa. Porém, a palavra "café" não é originária de Kaffa, e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho”. Por esse motivo, o café era conhecido como "vinho da Arábia" quando chegou à Europa no Século XIV.


Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que suas cabras ficavam saltitantes e conseguiam percorrer longas distâncias ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava. Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a antiguidade moíam seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros.

O café chegou ao Brasil no século XVIII, lá pra bandas do Pará, na época era o Estado do Grão-Pará. As sementes que dariam origem a uma das mais importantes culturas do Brasil foram plantadas no solo fértil do Pará, em 1727. Assim, teve início a história das raízes do café no país, uma trajetória que moldaria significativamente o curso da economia e sociedade brasileira nos séculos seguintes.

Sua expansão gradual rumo ao sul culminou na chegada à região do Rio de Janeiro por volta de 1760. No entanto, sua verdadeira ascensão e consolidação como um pilar econômico brasileiro ocorreriam no início do século XIX, quando a produção em escala comercial para exportação ganhou impulso.

O café brasileiro encontrou terreno fértil nos mercados consumidores da Europa e dos Estados Unidos, impulsionando a demanda e, consequentemente, a produção em larga escala. Esse fenômeno foi fundamental para a consolidação do Brasil como um dos principais produtores e exportadores de café do mundo.



Na primeira parte do texto narra a história da nascimento desse maravilhoso fruto na África, sua chegada nas terras do fértil Brasil. Assim, chegamos no Planalto Central, não vou citar plantação na região, mas sim o nascimento de uma marca que entraria para a história em Rio Verde. Lá pelos idos de 1955, o Senhor Jerson Domingos da Silva (é com J, mesmo...), adquiriu um recinto, sendo ali um moinho de pedra, que fazia moagem de grãos, milho entre outros. No ano de 1958, teve início a torrefação de Café, assim, nascia uma marca tradicional na família Rio-verdense, o Café Rio Verde.



Nas tardes o aroma do café torrada invadia as narinas dos gentílicos. Um cheiro agradável e convidativo. Nas tardes o cheiro de café dançava no ar, aroma torrado, invadia as varandas entrando pelas janelas, um convite ao agrado. O café, confidente, guardado nas antigas memórias. Em cada xícara, um ritual sagrado. Nas tardes serenas, o aroma do café moído na hora, dançava no ar, um convite cativante e envolvente, que atraia a gente. O perfume da torrefação, fragrância que envolvia as narinas. Assim, nas tardes, o café se fazia arte, aroma e sabor. Pelos sentidos, um convite atraente, café, poesia que enche a vida de instante.

Como diz uma canção, oxalá o outono em vez de folhas secas, todos numa colheita de vida e fé, semear uma planície com laranja e manga, oxalá que chova café... Pra que na lá roça ninguém sofra tanto, oxalá que chova café no campo, pra que no agreste ouçam esse canto, oxalá que chova café no campo...”


No início da década de 70, nós fomos morar ao lado da torrefação, o pai alugou a casa do Jerson, e ali ficamos por um tempo, nossa casa dava acesso ao depósito onde as sacarias eram estocadas. Brincadeira de menino arteiro, certa vez quase colocamos fogo na sacaria.

A Tia Celinha certa vez foi garota propaganda em um comercial de televisão, falando da tradicional marca do Café Rio Verde, “essa marca faz parte da nossa família, desde 1958...” essa era a fala dela, enquanto coava o delicioso café... isso era a pura verdade, fazia mesmo... nos mercados e armazéns da época, íamos comprar o café torrada e moído na hora, tinha os pacotinhos verde e vermelho de 250 e 500 gramas que levamos para casa ainda quente.

No ano 1986, veio a mudança para o setor industrial, na saída para Itumbiara, assim ela virou uma indústria, deixando de ser a torrefação no centro da cidade. Em 2009, a família encerra as atividades empresarial, a marca continuou... Boas lembranças ficaram dessa tradicional marca 100% de Rio Verde. Essa marca por muitos anos atendeu a comunidade Rio-verdense. Somos gratos pela família do Seu Jerson, por nos proporcionar essa história.








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