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quarta-feira, 22 de maio de 2024

A Série Coleção Vaga-Lume


 


A Série Vaga-Lume, lançada em janeiro de 1973 pela Editora Ática, representou um marco na literatura infantojuvenil brasileira. Seu objetivo primordial era oferecer obras de qualidade que cativassem os jovens leitores, estimulando assim o gosto pela leitura e proporcionando aventuras inesquecíveis entre suas páginas.


Com uma diversidade de mais de uma centena de títulos distintos, a série conquistou o coração de milhões de leitores ao longo dos anos, ultrapassando a incrível marca de mais de oito milhões de exemplares vendidos. Entre esses títulos, destaca-se "A Ilha Perdida", de Maria José Dupré (1898-1984), uma obra icônica que encantou gerações, vendendo mais de 3,5 milhões de cópias. Nessa narrativa envolvente, somos levados às aventuras de dois jovens, Eduardo e Henrique, durante suas férias numa fazenda às margens do rio Paraíba, próximo a Taubaté.



Outro grande sucesso da série foi "O Escaravelho do Diabo", de Lúcia Machado de Almeida (1910-2005), que narra a história de Alberto, determinado a desvendar o mistério por trás da morte de seu irmão, após este receber um pacote misterioso contendo um escaravelho. Inicialmente publicado em capítulos na revista O Cruzeiro, em 1956, o livro ganhou ainda mais destaque ao ser republicado pela Série Vaga-Lume em 1974.



Além desses, outros títulos marcantes como "Coração de Onça" e "Cem Noites Tapuias", escritos por Ofélia Fontes (1902-1986) e Narbal Fontes (1899-1960), e "O Caso da Borboleta Atíria", de Lúcia Machado de Almeida, enriqueceram essa coleção extraordinária, proporcionando aos leitores uma vasta gama de aventuras e emoções. 





Como tantos outros, eu também fiz parte desse público infantojuvenil que se encantou e se emocionou com as histórias contadas nessas páginas. A Série Vaga-Lume não apenas marcou uma época, mas também deixou um legado duradouro na literatura brasileira, inspirando gerações de leitores a explorar os mundos mágicos que os livros podem oferecer.

Ler faz bem, recomendo que você leia. Que a coleção Série Vaga-Lume não apague a sua luz que ilumina a esperança na leitura e nas crianças que cresceram lendo... e que continue vagando em suas páginas e na imaginação da criança que habita o teu ser não cresça. Essa coleção, tão querida por gerações de leitores, não é apenas uma fonte de entretenimento, mas sim uma chama que acende a paixão pela leitura e pelo aprendizado.

Que essa luz da leitura, tão bem representada pela coleção Vaga-Lume, continue a brilhar forte em nossas vidas. Que ela ilumine não apenas as páginas dos livros, mas também os corações e mentes de todos aqueles que têm a sorte de se aventurar em suas histórias. E que a criança que habita dentro de nós nunca deixe de ser alimentada pela magia e pelo encanto dessas narrativas inesquecíveis.

 




quarta-feira, 8 de maio de 2024

Em tenho andado pelas ruas


Em minhas caminhadas pelas ruas, tenho sido testemunha das transformações que ocorrem ao meu redor. Às vezes, essas mudanças vêm acompanhadas de um desrespeito pela memória e pela cultura do passado. Percorro as ruas com um olhar atento, testemunha silenciosa das transformações que moldam o contexto urbano ao meu redor. O progresso é progressivo e faz parte da evolução natural das sociedades, mas a preservação da história é essencial para manter viva a memória de um lugar. Sim, o avanço é parte essencial da evolução, mas a preservação da história é um elo vital com a identidade de um lugar.


Praça da Matriz


Praça da Matriz
Praça da Matriz


Locais que foram cenários de eventos marcantes, que moldaram a identidade de uma comunidade, muitas vezes são negligenciados no prol do desenvolvimento urbano. Casas históricas, ruas antigas e até mesmo espaços naturais são sacrificados em nome do concreto e do crescimento econômico, deixando para trás a valorização do patrimônio cultural. Por entre os escombros do que um dia foi palco de eventos marcantes, agora erguem-se estruturas impessoais, indiferentes à riqueza patrimonial que deveriam resguardar. É como se a memória do local fosse apagada, relegada ao esquecimento, ignorando o valor inestimável que representa.

ABAL - Lar dos Vovôs - Rua Gumercindo Ferreira

ABAL - Lar dos Vovôs - Rua Gumercindo Ferreira



Uma frase ecoa em minha mente: "Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado." Essas palavras refletem a importância de aprender com os eventos passados, de valorizar nossa herança cultural e de preservar os locais que testemunharam nossa jornada coletiva. Quanto poder reside nessas palavras! Elas ressoam como um alerta, lembrando-nos da importância de preservar as raízes que nos sustentam.

Rua Rafael Nascimento

Rua Rafael Nascimento


Ao observar as mudanças nas ruas, sinto saudades dos tempos em que os quintais eram espaços amplos e frutíferos, onde os vizinhos se reuniam nas calçadas para trocar histórias e experiências. Hoje, o concreto substituiu a vegetação, e a solidão parece reinar, pois mal conheço meus próprios vizinhos. Nas ruas onde antes ecoavam risos e conversas entre vizinhos, agora reina o silêncio ensurdecedor. Os quintais generosos foram engolidos pelo concreto impiedoso, enquanto as portas que outrora se mantinham abertas, convidando à convivência, agora permanecem cerradas, isolando-nos uns dos outros.

Rua Senador Martins Borges

Rua 12 de outubro


O tempo avança irreparavelmente, no entanto, gostaria de ver preservada a arte do local: as casas antigas com seus alpendres protegidos, os murais que contam histórias e os detalhes, detalhes que refletem uma época passada. O passado é uma bagagem que carregamos conosco, e convém aprender com ele para moldar um futuro mais promissor. O tempo, esse mestre implacável, não cessa sua marcha. Saber envelhecer é uma arte, é verdade, mas mais do que isso, é saber apreciar e preservar a beleza do que nos cerca. Anseio por ver preservada a arte do local, pelas casas com seus alpendres acolhedores, pelos afrescos que transmitem histórias silenciosas.

Praça Castelo Branco ( Praça José Maria Barros)

Rua São Sebastião (Casarão Frederico Jayme) 


Que podemos encontrar tempo para mudar, para valorizar nossa história e para reconectar com nossas raízes. Que tenhamos muitas histórias para contar, para que nunca esqueçamos de onde viemos e para onde queremos ir. Ainda há tempo para mudar, para valorizar o que realmente importa. Que eu nunca me esqueça da porta da tua casa, da fachada que evoca lembranças, da janela onde depositava minhas esperanças. Que as portas das casas continuam abertas, que as fachadas nos tragam lembranças.

Rua Senador Martins Borges

Rua Senador Martins Borges


Que cada rua, cada casa, cada pedaço de história preservado seja um convite à reflexão e à conexão com nossas raízes. Que tenhamos muitas histórias para contar, e que cada uma delas seja um tributo à nossa memória coletiva. Que a mudança que sempre começamos por nós mesmos, confirmando e valorizando o que realmente importa: nossa história, nossa cultura, nosso lar.

Palácio da Intendência - Cadeia velha

Palácio da Intendência - Cadeia velha

CENTRO DE TREINAMENTO JOÃO XXIII - Av. Presidente Vargas