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sexta-feira, 27 de setembro de 2024

“Música boa não envelhece... e não se esquece."


Essa é uma frase que carrego comigo, como quem guarda um tesouro invisível, mas sentido em cada nota, em cada acorde. A música é assim: ecoa além do tempo, preservando as emoções que um dia nos tocou, uma trilha sonora que embala nossa existência. Sou um apreciador de música boa e antiga, sem ser nostálgico, mas sendo. Porque como não ser? O tempo, esse velho conhecido, passa como um rio que nunca cessa de fluir. Assim como a música, ele atravessa gerações, memórias, momentos. E como gosto de dizer, "música boa não envelhece... e não se esquece."

Como não lembrar do rádio, cada nota guardada nas ondas de um rádio de pilha, nas rotações de uma da vitrola rodando aquele disco com cuidado, da radiola vibrando na sala de casa, saudade dos primeiros videoclipes que, nos apresentou as imagens dos nossos ídolos, é uma lembrança que ecoa para sempre na alma.

Na minha história, são muitas as boas lembranças musicais que trago. Há canções que não apenas tocaram, mas marcaram épocas, gravaram-se na alma. Há músicas que, quando surgem na playlist da vida, trazem o sabor de uma época. Ouvindo uma delas, uma de 1975, “Time - The Alan Parsons Project”, a letra dessa canção fala de um tempo que corre apressado, acenando de longe, fluindo para o mar, para sempre. E assim é o tempo, flui sem pedir licença, passa ligeiro, nos deixando à mercê de sua velocidade. Como vão os grãos de areia descendo pela ampulheta, como o giro do ponteiro que não descansa, ele passa. E nós seguimos com ele, carregando as memórias que, em sua infinita sabedoria, o tempo jamais nos deixará esquecer.

Em cada som, há um retorno a momentos que, embora distantes, são eternos em nossa lembrança. Afinal, o tempo pode passar, mas uma boa música... ah, ela nunca envelhece. É curioso como esse tempo, que parece vai eterno, também passa tão rápido... E assim, entre uma canção e outra, a vida continua deixando um rastro de melodias que, como o tempo, jamais serão esquecidas.

 







sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Reflexão sobre o Tempo e a Imortalidade das Imagens


Como amante de fotos antigas, folheio o tempo em preto e branco. Em uma delas, vejo o ano de 1924, transportando-nos para um passado distante, onde rostos sorridentes, sérios ou pensativos contam histórias envoltas no mistério do tempo. Nenhuma daquelas pessoas permanece entre nós. Rostos tão cheios de vida, com expressões, histórias e sonhos... O tempo, implacável, passou por elas como passa por nós.

1924

1924

O tempo, sempre inexorável, levou seus corpos, mas deixou impressa sua presença em pedaços de papel amarelos, eternizando momentos de vidas que já foram. Assim é a vida: transitória. Logo seremos nós a memória emoldurada, uma foto num porta-retrato, guardada com carinho por algum tempo... até que, um dia, talvez sejamos esquecidos em um móvel qualquer.

1924

1924

1924

Essas imagens guardam um instante que já não existe, e nós, um dia, seremos apenas mais uma sombra no álbum da eternidade. O ciclo da vida nos ensina a impermanência, mas também nos lembra que, enquanto estamos aqui, podemos ser presença, história, e afeto na vida de alguém.

1924

1924

Em um piscar de olhos, o presente se transforma em passado. Nós, que hoje contemplamos essas fotos, seremos um dia uma imagem emoldurada, talvez relacionada a um porta-retrato empoeirado, parte da memória de alguém. Até que, com o tempo, essa lembrança também se apague, esquecida em um canto de uma sala silenciosa.

1924

1924

Mas esta reflexão não é apenas sobre o esquecimento. É um lembrete sobre a urgência de viver intensamente, de deixar marcas profundas em nossos gestos, em nossos afetos e em nossas realizações. Pois, mesmo que as fotografias desapareçam e nossos nomes se percam no tempo, as ações que praticamos e o amor que compartilhamos podem ecoar por gerações, muito além de nossa presença física. As fotos antigas nos convidam a lembrar que o tempo é efêmero, mas o que fazemos com ele pode ser eterno.



1924

1924

Meu pai quando completou 80 anos, em janeiro de 2021, no mesmo ano que ele foi embora, voltou para o Plano Maior, ele nos deixou essa frase, ‘demorou, mas passou rápido...’ Essa frase do meu pai é de uma sabedoria profunda, refletindo a brevidade da vida e como o tempo parece, ao mesmo tempo, lento e rápido. É uma bela síntese de como vivemos, muitas vezes esperando, e quando olhamos para trás, percebemos o quanto tudo passou depressivo. Ele deixou uma mensagem que toca o coração e nos faz refletir sobre a importância de valorizar cada instante.