Essa
é uma frase que carrego comigo, como quem guarda um tesouro invisível, mas
sentido em cada nota, em cada acorde. A música é assim: ecoa além do tempo,
preservando as emoções que um dia nos tocou, uma trilha sonora que embala nossa
existência. Sou um apreciador de música boa e antiga, sem ser nostálgico, mas
sendo. Porque como não ser? O tempo, esse velho conhecido, passa como um rio
que nunca cessa de fluir. Assim como a música, ele atravessa gerações,
memórias, momentos. E como gosto de dizer, "música boa não envelhece... e
não se esquece."
Como
não lembrar do rádio, cada nota guardada nas ondas de um rádio de pilha, nas
rotações de uma da vitrola rodando aquele disco com cuidado, da radiola
vibrando na sala de casa, saudade dos primeiros videoclipes que, nos apresentou
as imagens dos nossos ídolos, é uma lembrança que ecoa para sempre na alma.
Na
minha história, são muitas as boas lembranças musicais que trago. Há canções
que não apenas tocaram, mas marcaram épocas, gravaram-se na alma. Há músicas
que, quando surgem na playlist da vida, trazem o sabor de uma época. Ouvindo
uma delas, uma de 1975, “Time - The Alan Parsons Project”, a letra dessa
canção fala de um tempo que corre apressado, acenando de longe, fluindo para o
mar, para sempre. E assim é o tempo, flui sem pedir licença, passa ligeiro, nos
deixando à mercê de sua velocidade. Como vão os grãos de areia descendo pela
ampulheta, como o giro do ponteiro que não descansa, ele passa. E nós seguimos
com ele, carregando as memórias que, em sua infinita sabedoria, o tempo jamais
nos deixará esquecer.
Em
cada som, há um retorno a momentos que, embora distantes, são eternos em nossa
lembrança. Afinal, o tempo pode passar, mas uma boa música... ah, ela nunca
envelhece. É curioso como esse tempo, que parece vai eterno, também passa tão
rápido... E assim, entre uma canção e outra, a vida continua deixando um rastro
de melodias que, como o tempo, jamais serão esquecidas.