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sábado, 6 de setembro de 2025

57 Anos: Setembros e Memórias: A Caminho do Clássico




Quando fiz sete anos, fui para a escola. O ano era 1975. Ali começava minha caminhada pela cartilha do saber — sem nem mesmo entender o que eu queria saber ou ser. As preocupações eram outras. Eu só queria brincar e aprender. Simples assim. Só isso. Cinco décadas se passaram, e aqui estou eu, em 2025.

Naqueles anos mágicos... quando eu anotava as datas no canto da folha do caderno, imaginava como seria viver nos anos 2000. Eu teria 32. Como seria? O que seria? Onde estaria? Diziam que os carros estariam voando... Na minha cabeça de criança, embalado pelos traços de Hanna-Barbera e pelo um dos meus desenhos favorito — Os Jetsons —, o futuro era feito de cidades suspensas e automóveis flutuantes. Pois bem… 25 anos depois, continuo esperando pelo voo...

Os setembros passaram... vieram e se foram trazendo as chuvas da primavera. Fui eu quem, em noite fria, se sentia bem. Eu amo as manhãs de setembro... A alma que sente, que lembra — que busca, que revive e que se lembra.

Com o tempo, a gente muda. A idade nos ensina a ver de outro jeito, a pensar de outro jeito, a analisar de outro jeito. Agora, enquanto escrevo estas linhas, ouço nos fones uma canção que embalou noites e madrugadas no velho rádio AM. Tocava em 1982. Toca até hoje. Está na minha playlist: Classic, de Adrian Gurvitz. Ela começa assim: “Got to write a classic...” — “tenho que escrever um clássico”. Tenho que escrevê-lo e enviá-lo imediatamente. E, falando em clássico… percebo que não estou apenas envelhecendo: estou me transformando em um Clássico.

E talvez eu tenha feito isso. Talvez eu tenha escrito meu próprio clássico, sem perceber.
Nos sonhos que vivi, nas histórias que contei, nas memórias que guardei. Nos momentos de que participei. Porque... sim... eu conto histórias. E elas me contam de volta quem eu sou. Porque eu conto histórias. E essas histórias... de algum jeito... contam de volta quem eu sou. Chegou os 57 anos... Eu não estou envelhecendo. Estou me tornando um clássico.




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