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segunda-feira, 9 de junho de 2014

As copas que eu vi


Fábio Trancolin

Estamos no clima contagiante da copa do mundo, porém ela não me contagia como nas copas anteriores.  Em 1974 o ano que a televisão chegou à minha casa, em consequência da copa do mundo que naquele ano foi realizada na Alemanha. Pouco me lembro dela eu tinha cinco anos, lembro-me do pai torcendo, não havia muito interesse para que eu me sentasse no sofá para ver jogos.


Quando veio a copa da Argentina em 1978, as coisas estavam diferentes, eu adorava futebol, colecionava figurinhas e amava jogar futebol, a quadra era o meu mundo e nada mais. Lembro-me dos jogos, da convocação, todos jogavam no Brasil, tinham representantes de 11 times, todos sabiam quem era quem, e eles eram lembrados pelo o que jogava, e não pelo empresário ou patrocinador. Assistimos ao jogo do Brasil contra a Polônia 3x1, Roberto Dinamite fez dois gols. Comemoramos, pois a Argentina tinha que fazer 4 gols no Peru para tirar o Brasil da final. À noite eu fui buscar marmita no hotel que ficava na Gumercindo Ferreira onde hoje está localizada a Clínica Modelo, a revolta era geral a Argentina encaçapava o Peru, 6x0, e o Brasil estava fora da final, iria disputar o 3º lugar. Decepção total, o jogo foi arranjado depois foi esclarecida a ‘marmelada’. Deram-nos o titulo de campeã moral, não perdeu, mas também não levou. 


Na copa de 82 o Telê montou um verdadeiro esquadrão de craques, Zico, Sócrates, Júnior, Falcão, Oscar e Eder e outros tantos. Apenas dois não jogavam no Brasil. Naquele ano eu também juntei figurinhas, e comecei a colecionar tabelas (tenho várias), a Seleção dava espetáculo, até chegar o ‘maldito’ 05 de julho e marcar a ‘tragédia do Sarriá’, a derrota para Itália por 3x2, quando apenas o empate nos servia, foi difícil digerir, e jamais esquecer. A Seleção que encantou o mundo, não ficou nem entre os quatro. 


Veio à copa de 86 estávamos confiantes, mais uma vez o comandante era Telê Santana, outra vez uma seleção de craques, a maioria eram de times do brasileirão. Mas, o destino mais uma vez não quis que o ‘Mestre’ Telê levasse aquele título, aquela derrota também doeu muito, fomos eliminados nos pênaltis pela França, esta saiu invicta. Craques como Sócrates, Zico e Falcão não seriam campeões.


Na copa de 90, tudo diferente a começar pelo técnico, antes tínhamos um admirador do futebol arte... Saiu Telê entrou Tião, que na convocação chamou os amigos, a maioria dos jogadores era dos quatro times ‘carioca’ e os que vieram da Europa tinham saído de times do Rio. Era uma seleção questionada, no decorrer da copa mostrou sua ineficiência, caiu nas oitavas eliminada pela Argentina. 


O meu interesse foi perdendo a graça, já não via futebol com a visão de torcedor garoto apaixonado por futebol, em 1994 quando o ‘Kiko, 'ops’, o Parreira convocou os selecionados e deixou o Evair de fora, para os palmeirenses foi uma ‘puta sacanagem’, ele optou pelo Viola. Na minha visão e no meu entendimento não foi uma seleção que encantou, mas como dizem, não encantou, entretanto, ganhou e depois de 24 anos fomos campeões. Jogou feio, retrancado bem estilo Parreira/Zagallo e o Baggio isolou a bola e o titulo veio. 


Em 98, tudo um tanto quanto ‘mafioso’, os ‘entendidos’ diziam que a copa seria do Ronaldo (nunca gostei dele), como a de 94 foi do Romário (não vejo assim, foi um jogador importante, mas não para receber esse crédito). O cidadão amarelou, apagou e o Brasil naufragou, tomou um chacoalho do ‘galo francês’... A grande patrocinadora blindou o ‘pupilo’ e ficou por isso mesmo. Em 2002 a família Scolari, trouxe o titulo, os bajuladores e ‘engraxados’ pelos patrocinadores dirão que foi a copa do ‘fofomeno’ ele foi muito importante, mas quem tinha São Marcos defendendo a meta, e na articulação o Maestro Rivaldo, no lado direito o ‘pulmão‘ Cafu, estava bem amparado. Não era uma bela seleção, a conquista foi mais pela união.


Em 2006 o ‘Kiko de novo’, 'ops', o Parreira, com o quadrado mágico, que não fez magia alguma, muita badalação para pouca exibição... E mais uma vez o ‘galo francês’ botou o canarinho pra correr... Na África em 2010, tínhamos o Dunga, Zangado, Dengoso e o Feliz, só faltou o Mestre para fazer algo, uma copa feia, só poderia acontecer o que aconteceu, foi eliminada não encantou, a única coisa boa da copa foi a Shakira.

E agora em casa, a copa superfaturada, a copa da corrupção, e pela primeira vez eu não tenho interesse, eu não aguento mais ouvir falar no rapaz (o da publicidade o garoto propaganda) e na namorada dele. Aquela vontade antiga de torcer não é como antes... E lá no fundo se perder que se dane.  Se ganhar estará no céu e quem esta no poder fará a festa, se perder eu não sei o que pode acontecer...  



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