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terça-feira, 15 de outubro de 2024

A história do Long Play (LP)



 

A história do Long Play (LP) começa na década de 1940, quando o engenheiro húngaro-norte-americano Peter Carl Goldmark foi contratado pela Columbia Records para desenvolver um disco de vinil mais resistente e durável. O resultado foi um disco capaz de armazenar cerca de 23 minutos de música em cada lado, o Lado A e o Lado B... O LP foi apresentado ao mundo em 21 de junho de 1948 e logo se tornou o padrão para gravações comerciais. O vinil revolucionou a forma como as pessoas ouviam música, atingindo seu auge nas décadas seguintes, especialmente nos anos 70 e 80.


No entanto, o surgimento do Compact Disc (CD), após anos de desenvolvimento, deu início a uma transformação no mercado musical. Lançado em agosto de 1982 na Alemanha pela Polygram, o CD trouxe a gravação e reprodução digital, aprimorando o som analógico por um raio laser que lia os bits digitais do disco. Já em 1986, as vendas de CDs nos Estados Unidos superaram as dos LPs, e no Brasil, o CD fez sua estreia em 1986. Ainda assim, o LP resistiu até o início dos anos de 1990. Em 1993, embora o CD já dominasse no mercado, ainda se vendia milhões de LPs. Porém, em 1996, o vinil começou a desaparecer das prateleiras, e as grandes gravadoras encerraram sua produção em 1997.


Na década de 1970, os LPs eram uma presença constante na minha infância. Não havia churrasco, jogo de truco ou simples encontro em que o vinil não estivesse girando na vitrola. Os LPs, assim como as fitas cassetes e os compactos (disquinhos) com suas poucas faixas, eram o coração das festas e reuniões. Ouvíamos o Lado A e o Lado B por vezes, em uma experiência que transcendia a simples audição.



Meu encantamento pelos LPs começou a crescer no início dos anos 1980, com a chegada da adolescência. As capas, os encartes e, claro, o conteúdo musical dos discos nos fascinavam. Ir à casa de amigos para ouvir LPs era um ritual mágico. Havia uma reverência especial em manusear os discos e compartilhar as músicas, mergulhando juntos naquele universo sonoro.





Meu primeiro aparelho 3x1 foi um Sharp, que comprei na Praça 8 de Setembro, no Bairro da Penha, em São Paulo, nas Lojas Buri. O primeiro LP tocado nele foi o álbum Forever Young, de Rod Stewart, lançado em 1988. Ganhei esse disco no meu aniversário de 20 anos, e ele marcou uma fase importante da minha vida. Contudo, o disco que mais tocou nesse aparelho foi o icônico Hunting High and Low, do A-ha, uma das maiores joias da minha coleção.





As noites mágicas, com o fone nos ouvidos e a dedicação de gravar fitas cassetes. Criar coleções personalizadas era uma forma única de compartilhar emoções e sentimentos por meio da música, especialmente quando presenteava alguém com uma seleção feita com tanto carinho... quantas coletâneas eu fiz e presenteie alguém... Ainda hoje, mantenho vários LPs em minha casa, e não pretendo me desfazer deles. Cada disco traz consigo uma parte da trilha sonora da minha vida, acervo repleto de memórias e emoções. Meu é uma verdadeira cápsula do tempo, com clássicos que atravessam gerações: da música sertaneja autêntica, passando pela MPB, rock, cantores e cantoras e bandas que marcaram épocas, tanto no Brasil quanto no mundo, estão Roberto Carlos, Fábio Junior, Moacyr Franco, Oswaldo Montenegro, Roupa Nova, Elvis. Presley, Beatles, Michael Jackson, Elton John, Bee Gees, ABBA, Cyndi Lauper e trilhas sonoras de novelas e, claro, todos os discos lançados em vinil da minha banda favorita, o A-ha.




Fiz parte de um tempo mágico, em que esperar pelo lançamento de um LP e vivenciar sua música era uma emoção única, uma experiência quase ritualística. Hoje, essa sensação parece perdida, assim como a qualidade da música que ouvimos. A música antiga tocava o coração; a de hoje, infelizmente, machuca a audição.

 









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