Por onde caminhei, deixei meus passos marcados pelo
tempo. Vi o sol nascer em todo o seu brilho e se pôr em silêncio, como se
guardasse segredos nas nuvens. Senti o cheiro do mato fresco e o aroma do café
torrado espalhado pelo ar.
Meus pés descalços tocaram o riacho, aquele curso
de água manso que passa entre as pedras, contando suas histórias. Escutei o som
da água caindo, o sussurro suave das cascatas, como versos esculpidos pelo
tempo.
Vi a boiada seguir seu caminho, guiada pelo
ponteiro e pelo som do berrante que ecoava pelo campo. Andei por trieiros antigos,
caminhos marcados pelo tempo e cheios de histórias esquecidas. Sob a luz da
lua, os vaga-lumes dançavam, iluminando a estrada como pequenas estrelas caídas
do céu.
Acompanhei o nascer da madrugada no campo, com o
chão coberto de estrelas. Cada passo era uma lembrança, cada aroma, uma
história. E foi na simplicidade do campo que encontrei a verdadeira poesia da
vida, onde o tempo conta histórias e a terra guarda segredos eternos.