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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A tabacaria do outro lado da rua


Fábio Trancolin


Laurício Parreira - Tabacaria Leandro - 1982

Quando eu era garoto tinha certo fascínio pela fumaça do cigarro, o cheiro atraía e encantava.  Via os amigos da marcenaria do pai com aquele ar e pose para acender um cigarro. Via o Waldomiro e o Messias acenderem seus cigarros com o isqueiro que imitava o maço de cigarros, Hollywood e Minister, nossa como era bacana. E pensava, ainda vou ter um desses... 


Os maços de cigarros mexiam com o imaginário da molecada; naquela época, fazíamos coleções de maços, eles valiam pela beleza e a dificuldade de encontrar determinadas marcas de cigarro. O tempo passou, eu cresci e quando eu disse que teria um desses, tive. Aprendi a fumar (reconheço que foi um tremendo erro), mas, naqueles tempos, não era (pensávamos assim). Era charme, Hollywood o sucesso e era um raro prazer ter um Carlton. As melhores propagandas eram as de cigarro, quem é que não se lembra do cowboy do Marlboro e as belas mulheres e os esportistas no sucesso do Hollywood com seus windsurfes, ultraleves, motos e Jet Skys... Ao som dos ‘Classical Metal’, Whitesnake ‘Love ain'tno stranger’, Survivor ‘Burning heart’, Journey ‘Don't stop believing’, ‘Jump’ do Van Halen… Isso convencia, e, como convencia...



“E, por que falar de cigarro? Algo que faz tão mal... Mas, a ideia é recordar a tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, e a sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro...” (Fernando Pessoa). A Tabacaria Leandro desde 1976 está no mesmo endereço na Rua Rui Barbosa e o casal amigo, o Laurício Parreira e a Dona Luiza, estão ali, com os santos, essências, e os cheiros de incensos que há quase 40 anos invadem as narinas de quem a visita. E eu a visitava para comprar cigarros diferentes, pois só lá encontrava Parlíament, JPS, Camel e um que eu ‘adorava’ Chanceller...  Isso era quando tinha grana, pois esses eram mais caros, barato era o Montreal, Plaza e por falar neste, foi o primeiro maço que eu comprei. Ainda me lembro do dia que entrei no Armazém do Nelito que ficava ali na Rua Augusta Bastos e pedi um maço, isso foi em 83, queria comprar um Carlton, mas, a grana não deu... Cheguei em casa e o escondi na casca de uma bananeira que tinha na porta. Foram uns três anos até o pai descobrir que eu fumava (eu fui o único lá em casa a fazer isso)... Depois, ele aceitou meio a contra gosto. 


Em 88, decidi que iria parar aquilo que estava me fazendo mal, nessa época, eu fumava Free, morava em São Paulo e eram uns dois maços por dia. Não foi fácil deixar, passar na porta de padaria, o cheiro era convidativo a um café e um cigarro. Fui diminuindo, parando aos poucos, quando ia trabalhar, saía do metrô e passava numa banca que vendia cigarro “picado” em frete à Biblioteca Mario de Andrade na Rua Xavier de Toledo e comprava um cigarro chamado Benson & Hedges, e subia a Rua da Consolação com aquele longo cigarro de sabor adocicado... E fui deixando e acabei largando. 


Mas, a ideia de contar essa história foi simplesmente uma maneira de homenagear os proprietários da Tabacaria Leandro, um comércio que ao longo dos anos não fechou as suas portas e sempre ao passar em frente, o cheiro te remete ao passado. “Cada um na sua, com pelo menos alguma coisa em comum”. E com “uma classe a mais” é um “raro prazer” contar histórias, isso é “o sucesso”








quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Viajando no balão da imaginação


Fábio Trancolin



Seria tão bom viajar pelo mundo todo. Conhecer vários lugares, descer os rios da vida. Pontos, culturas, costumes e cheiros. Percorrer a história e a memória... ‘Andar por avenidas, escadas, ladeiras, metrôs... Conhecer tudo que é esquina. Vestir estampas de Bali, as joias da Itália, sentir no ar o perfume barato, dos becos escuros da velha Paris. Tomar os mares de Espanha’... "No creio en las brujas. Pero que las hay, las hay”.


Vilarejos escondidos nos montes portugueses, às casinhas de Óbidos. Atravessar o Kalahari, escalar o Kilimanjaro. Os Alpes suíços e o sol da meia noite na longa noite nórdica. As vilas, estradas, belezas e tristezas, da riqueza à extrema pobreza, buscando conhecimento para entender o porquê de tudo e do nada... Subir as escadarias dos sacrifícios Astecas, Maias e Incas. Deixar as coxas bambas em Cochabamba. Navegar o Reno, Tamisa, Danúbio e Sena... Percorrer vinte mil léguas submarinas numa viagem no ‘yellow submarine...’


Procurar o violonista de Veneza, e a paixão de Verona. As belas pinturas de Florença... Cavalgar os campos por onde batalhou a donzela de Orléans... Orar nas igrejas de Assis. Viajar nas histórias de Budapeste dos garotos da Rua Paulo. Atenas, Ancara, Barcelona com certo alguém... Escutar os acordes de Liverpool, e encontrar o cachorrinho de Edimburgo. Sentir a presença de Isis e Órion nos templos egípcios... Procurar a joia do Nilo. E na terra dos samurais vou encontrar a disciplina, e a paciência buscar no Himalaia junto aos monges do Nepal. ‘Voyage, Voyage... Viaje, viaje, mais longe que a noite e o dia... Voe até as alturas, acima das capitais...’


Como eu gostaria de ouvir o silêncio nos Jardins das Oliveiras e sentir a brisa que vem do Tiberíades, e me sentar ao pé da montanha e apenas descansar. Quem sabe um dia faço essa viagem e dê a volta ao mundo em 80 dias. E enquanto isso não acontece vou conhecendo o mundo através de cartão postal e navegando no Google Earth. Mas, o importante é que O melhor lugar do mundo é a boa (ou a sua) companhia, ah, meu Deus... Como eu queria e quero você perto de mim, até o fim...’





segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Piquenique no ribeirão...


Fábio Trancolin



Uma parte da turma da 6ª série de 1984 resolveu que iria fazer um piquenique... Fazíamos parte da galera que estudava à noite no Colégio do sol... Quem vai e para onde vai? Eu sabia que eu iria... Nem todos fizeram parte do passeio, mas aqueles que estavam sempre juntos estavam na lista. O fim do ano aproximava e, então, resolvemos fazer o passeio, um passeio de despedida do ano. Uma parte dessa turma já tinha feito um passeio anterior... As garotas lideradas pela Gilvânia preestabeleceram um ponto, nesse não vai ter bebida alcoólica, na turma tinha um que quando bebia, perdia a noção (era um sem noção) e para piorar era o motorista... Então isso ficou definido. Não tem, não vai ter... (hammm tá bom...).

Eu, o Nilton César e o Manoel éramos parceiros de noitadas, foram várias saídas com várias histórias... Algumas impublicáveis... Aprontamos muito... Saímos de opala, caminhonete cabine dupla e, também, a “gaisera” de carroceria de pau. Lembro um dia que ela apagou na porta do Zero grau, bar top da época, tinha que ser logo ali, ‘ah, nem’... Mas voltando ao passeio.


Então vamos... Vamos... Porém quando e aonde e quem vai? O dia foi o 2 de dezembro, o local escolhido o Ribeirão do Meio. E, a turma, eu, Manoel, Gilmar, Wagner, Nilton e Roberto, as meninas Gilvânia, Eurídes, as irmãs Vanda, Valdelene e Vanete e a Luzia (a Lu era a garota que eu adorava...) o véiculo uma Chevrolet 1960... Saímos domingo pela manhã, como combinado, nada de bebidas. Ao chegar ao local, o dia estava nublado, mas nada que estragasse o passeio, o lugar era lindo. Para surpresa geral, o Manoelito tira uma garrafa de 51 debaixo do banco... O Robertão à-toa como era, tirou outra garrafa da mochila... Indignação das garotas, surpresas dos outros... E fazer o quê? A “mardita” estava lá... Depois da cara amarrada de algumas... Fomos preparar o local do fogo para o almoço. O dia seguia tranquilo, o sol veio, brilhou e reinou... Fiz de tudo para que a Lu se interessasse e cedesse, mas nada... Oh, mina difícil! 


O dia chegava ao fim, foi um passeio bacana, porém como eu disse tinha bebida, o Manoel que gostava um tanto quanto, bebeu (e muito), os outros misturam com Coca-Cola e bebericavam... E na hora de ir embora o “chofer” estava além da conta... E só ele dirigia... Então vamos, tínhamos que voltar... E lá fomos nós pela estrada. No meio dela, ele parou para dar carona pra uma família (eles não sabiam o risco que corriam), estávamos em nove na carroceria, mais um toco que eu resolvi que traria e trouxe... Um cachorro que apareceu por lá... E não me lembro de quantos subiram na carona que foi dada... (sei que lotou)... O “motor” estava embriagado, e do retorno ele fez um rally, invadiu uma roça de milho, subiu no barranco, o toco apertou alguém, o cachorro assustado (não era só ele), não víamos a hora de chegar... As meninas queriam matar o Mané, principalmente, a Gil, pensei que ela iria bater nele (eles eram meio irmãos, a mãe da Gil era casada com o pai do Manoel)... Mas estávamos “protegidos” pelos amigos do Plano Maior, e chegamos bem em casa, todos são e salvos, o ruim da história é que a Luzia não cedeu... Mas, vale a pena relembrar essas aventuras nos tempos da adolescência...  E para animar o domingo ainda mais o Corinthians perdeu a final do paulistão naquele ano, 1x0 para o Santos!! É bom demais relembrar!!






segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Ao Mestre com carinho


Fábio Trancolin


A arte de ensinar que no passado a tantas encantava, hoje não atrai as meninas que viam essa profissão como sonho. Meninas que tinham como brincadeira a arte de ensinar. E a todas elas, quando perguntadas sobre o que seriam quando crescessem, tinham a resposta na ponta da língua: professora.  O tempo passou e hoje uma das belas profissões perdeu o seu glamour. Os grandes profissionais, seja de qualquer área, um dia teve alguém para lhe conduzir nas primeiras linhas de algum caderno, com suas mãozinhas trêmulas e temerosas, o mestre lhe conduziu o rumo a seguir, não ultrapassar a margem no caderno organizado, sempre com uma menção de ‘muito bom’, ‘parabéns’ ou ‘continue assim’. E o mestre com carinho ali estava, às vezes enérgico, carinhoso, carrancudo, bondoso e tranquilo. O professor, o amigo sempre com a palavra certa na hora necessária. Esse profissional é o grande responsável pela formação intelectual dos seres que passaram, passam e passará (Eles passarão, eu passarinho) pelas salas de aula, a profissão do educador é uma das mais nobres e também de grande responsabilidade. O professor esta sempre em busca do próprio aperfeiçoamento.



Muitos dos que lecionam para o primário e o ensino fundamental têm em suas mãos o futuro, e o professor é uma das mais nobres profissões e também de grande responsabilidade. Com passar dos anos, a profissão perdeu o encantamento do passado. No principio era a arte de ensinar, mas passou a ser ministrar aulas, aplicar o conteúdo, e tudo bem... As agressões físicas e morais sofridas por professores por parte de alunos, e até mesmo o despreparo de alguns profissionais. Chega ao cúmulo de professores pedirem proteção policial para poder exercer a profissão. A deterioração da estrutura familiar tem ajudado muito com o que vem acontecendo, não só no ensino público, também no particular. Foi dito que a escola é a extensão da sua casa, porém era no que refere ao respeito, e não era pra ser a casa da ‘Mãe Joana’. Hoje o que vemos em determinados estabelecimentos de ensino é quase selvageria. Como dizia um grito de uma famosa torcida de futebol, ‘aqui tem um bando de loucos...’ e assim vai perdendo o respeito, a motivação. Então só o amor por aquilo que se faz... A paixão! E da maneira que a educação é vista e tratada por determinados políticos (inclusive pelo ex-presidente que se vangloria de ter pouco estudo e ter chegado onde chegou...), o ‘palhaço politico’ analfabeto tem mais credibilidade que o “Mestre”... Assim a professorinha Lú tirou a roupa, fez filme pornô e suicidou...  




terça-feira, 8 de outubro de 2013

Muito além do horizonte da terra vermelha do sertão


Fábio Trancolin


Cosete, Junior, Gilberto, Wander, Sérgio e Susie 02.09.1970

A memória nos tempos de infância de uma fazenda guardada no baú da recordação. Ela ficava muitas léguas cerrado adentro... Muito além do horizonte da terra vermelha do sertão. A fazenda ficava lá “pras bandas” do Caiapó, vinte e duas léguas... Põe chão nisso... Ficávamos felizes quando diziam, vamos “pro Tio Claro” (Clarismundo Abreu, nós não tínhamos parentesco consanguíneo, mas é como se tivéssemos, pessoa de uma simpatia e carisma...)... Nesse tempo, as seriemas, tatus, veados e outros animais silvestres corriam na frente do caminhão que abria espaço na poeira do estradão... Nesse momento, o meu pensamento vai onde a vista não alcança, o pensamento voa... E lembrando a canção que diz, “vem andar e voa, vem andar e voa... “ Eu voo na carroceria de caminhão... 

Tio Gilberto, Hélia e Tio Claro 02.09.1970

Geralmente, a partida acontecia na sexta-feira ou na quinta-feira, o pessoal daquela época não tinha tanto compromisso empregatício, e abandonava as oficinas, marcenarias... E juntava as ‘tralhas’ e partia rumo ao “vilarejo” do Montividiu (naquela época ele era uma “currutela” com alguns botecos)... Passava pela chácara do Pauzanes e, no final dela, ficava a curva do “segredão”...  De um lado e do outro só cupinzeiro, que iam até o “capão da mandioca” esse nome nunca saiu da minha memória. O cerrado virgem e intocável, as árvores retorcidas, naqueles tempos eram ensinadas nas escolas, que ele era o “patinho feio”... Bonitas eram “as primas” Amazônia e a Mata Atlântica, ele servia só pra lenha e virar carvão... (eles não sabiam das tuas riquezas!).  As dificuldades para ir não importavam, o importante era ir... E era tanta gente que parecia festa na roça (e era)... Fui de caminhão, Rural, Jipe e até de fusquinha (Branco 66) que o pai teve, também onde é que o fusca não ia? E lá íamos nós pro meio do sertão... “Que vida boa, sapo caiu na lagoa, sou eu no caminho do meu sertão...”.


Dairon, Jairon e Rui - 02.09.1970

A casa sempre cheia, fogão à lenha não se apagava, “café no rabo do fogão”, leite no curral... Rego d’água que terminava num monjolo... Lá no fundo tinha o mangueiro, quintal farto... Bem ao fundo passava o Rio Montividiu, de água extremamente gelada... Toda noite tinha festa na vitrolinha à pilha... As mães e suas crias (como tinha criança naquela época!), na hora do almoço era uma folia...  O Tio Claro tudo pra ele era festa, ninguém sabia ao certo da data de nascimento dele, ele dizia que era dia 1º de janeiro (acredito que era pela festa de fim de ano que ele escolheu essa data, ele adorava festa). A Tia Rita não parava nos afazeres, tinha uma disposição e uma risada gostosa... Não vou citar o nome de todos, pois é muita gente, mas me lembro de cada um...

Rui, Jairon (Pai) e Tio Gilberto 02.09.1970

Rui e Gilberto 02.09.1970

Lugar longe da civilização, num lugar em que cavalos bravos corriam soltos de crinas compridas, sem arreios ou alguém que os domassem. Nesse local, os veados campeiros eram os donos do lugar, andavam em bandos (o meu Tio/Padrinho Gilberto vinha de São Paulo para caçar, ele era adepto do tiro, e um exímio atirador, naqueles tempos não tinha fiscalização e como ele abateu os campeiros... A carne era armazenada em latas com banha: catetos, capivaras e antas...), onças pintadas e pardas tinham aos montes, lobo guará e tamanduá... Natureza abundante, “lá pra aquelas bandas terra não tinha valor...” O que mais se via era os pés de pequi, as pitangas vermelhas e os cajuzinhos... A diversidade transbordava, mas naquele tempo não tinha quem defendesse o bioma, tinha muito e o muito se transformou em quase nada, na voracidade dos “correntões”... Isso tudo aconteceu na década de 70... Vieram os anos 80, o progresso chegou, o local se transformou, mas na memória ficou...  

Fábio, Marcello e Jairinho 28.05.1973 





sexta-feira, 4 de outubro de 2013

No tabuleiro da história



Fábio Trancolin


Praça Marechal Castelo Branco década de 70

Cada cidade tem lá a sua pracinha que encantou e marcou a infância, e comigo não foi diferente. Não esqueço o “tabuleiro” da Praça Castelo Branco, ela tinha como marca registrada o paredão quadriculado, e com o passar dos anos ela se transformou, nem o nome não é mais o mesmo. O chafariz, as luminárias nas manilhas era um encantamento diferenciado descer correndo pulando sobre elas... A pedra grande está lá até hoje. Quantos namoradinhos sentaram ali para tomar sorvete e conversar? É naquela época conversávamos nas pracinhas.


Bem próxima a ela ficava o Cine Bagdá, praça, cinema, tudo de bom... E, um pouco mais a frente ficava o Bar do Zé da Vitamina com suas iguarias inesquecíveis. Você que não teve a oportunidade de conhecer o doce de creme do Zé da Vitamina, eu lamento... (nesse momento me veio na memória o gosto)... É algo indescritível...


Lembro que juntávamos garrafas e vendíamos para que pudéssemos ir ao cinema e depois no bar do Zé, quantas garrafas juntamos... Primeiro filme que assisti no cinema foi Homem Aranha, interessante que a primeira vez que o meu filho foi ao cinema, o filme também era Homem Aranha, o nome do cinema já não era o mesmo (tinha mudado para Cine Regente), mas, o lugar era. Não teve o doce de creme, o Zé já tinha partido para o Plano Espiritual...


E falando em cinema, como era bom passar na porta para ver as fotos dos filmes que entrariam em cartaz, os proibidos para menores de 18 anos, mexiam com o imaginário da molecada. Foram bons filmes... Os do ‘Mazzaropi’ e ‘Trapalhões’ era sucesso certo.  E, também, teve “Igrejinha da serra”, o grande sucesso rio-verdense do cineasta, produtor, ator e sonhador Alberto Rocco. Recordo-me de uma sessão em que fui com a turma da escola, ver um filme francês, não me recordo o nome, lembro-me de algumas cenas... O que marcou naquela noite, foi ter sido convidado pela bela da escola pra sentar ao lado dela... Como ela estava linda numa calça preta... Foi uma bela sessão...


É bom recordar, faz bem, ainda mais quando se teve uma infância maravilhosa, sem poluição, neurose e cobrança... Não tínhamos guerras, tínhamos batalhas de “torrão” e de mamonas... Disputa só se for de Bilboquê (meu pai fez vários de bola, sino e quadrado) e de finca (você sabe o que é jogar finca?), alguns não vão saber do que eu falo... Outros com certeza, vão lembrar e se emocionar.





Sentir saudade faz parte da vida e eu sinto saudades da minha infância, sim, sinto falta do passado, do presente, e lembrando o passado vou apostando no futuro, que, provavelmente, não será do jeito que eu penso que vai ser.