sexta-feira, 30 de agosto de 2013
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Queria ser
Fábio Trancolin
‘Queria ser qualquer coisa...
Queria ser só um pouco mais denso, pra segurar na cabeça o que eu penso. Pra
libertar esse medo de rua. E bem mais cedo ser tudo o que sou...’
Algo que pudesse ser
interessante, ou que interessassem os outros. No mundo descartável em que vivemos
tanto se busca, e nem se sabe o que. Tanta coisa sem valor, mas pouco valor se dá
o que necessariamente tem valor. Ou quase nada, a vontade passa logo. Na busca
incessante de algo que nem se sabe o que é e pra que serve...
Comecei a escrever e nem mesmo eu
sei... Escrever o que... Queria ser... Qualquer
coisa mais livre. Sobrevoar essa doce prisão. Passar de passagem, por onde não passei.
Buscar o que eu encontrei certamente saborear o bom que dela tiver. Talvez você
que começou a ler esse texto, vai imaginar, o que esse ‘maluco’ quer dizer.
Queria falar tantas coisas que
pudesse fazer você entender, quem são os malucos... Os loucos tantas vezes
estão mais certos e são, do que muitos cérebros e pessoa endeusada em
vangloriada pela sociedade embevecida pelo sucesso aparente e tão presente. Vencedor
irreal do plano material. O que é vencer pra você? Para muitos até viver é
vencer. Vencer a desigualdade social, falta de educação tão presente em todos
os níveis cultural e social, a criança no farol ou pedinte na rua, transeunte
de passagem nem percebe, não é problema meu e se acostuma e acaba ficando tudo
muito natural. Amor ao próximo... Há o próximo, só se for o da fila, pois ela
anda e eu estou com pressa. Lembrando
dos loucos, me vieram na memória os malucos da minha infância, o “João
Barbudo”, “Cata cavaco” e outros... Eu morria de medo deles, mal sabia que os
nossos de hoje são muitos mais perigosos e maldosos... Eles não se parecem com
malucos, são tão normais, eles estão na elite, fazem leis, legislam, comandam...
“meus inimigos estão o poder”...
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
O ano é 1979
Fábio Trancolin
Assim começa mais um dia naquele ano... O ano de 79, eu era feliz
e sabia. Retorno em um pedacinho do passado, pode ser qualquer dia, semana ou
mês. Não que eu não saia de lá, eu gosto de relembrar, é bom, faz bem. No tempo
dos joelhos ralados e dos esfolados que saravam rápido... A simplicidade e
amizade, a felicidade de ter tão pouco que era tanto.
Na parte da manhã, o grupo escolar do lado de casa, tão perto... “e hoje tão distante”... Naquele ano, eu fazia a 4ª serie do primário, a sala da Dona Lena, ainda a encontro e sempre faço questão de abraçá-la, isso faz bem, abraçar alguém que foi tão importante em algum lugar do passado. Alguns alunos ainda encontro, outros nem sei por onde andam... Mas, quando os vejo é bom parar e conversar, e relembrar... Remeto-me ao passado nesse momento e vejo a Arlen sentada na frente com seus longos cabelos, ela encantava sorriso largo... (ela olhou pra trás e sorriu pra mim) beleza da flor menina. Rejane também era encantadora. Parece que ouço o Silvano cantar as suas modas caipiras, que ele ouvia num radinho que tocava na madrugada ou no cair da tarde, “sabe que o menino cantava bem”... Era uma turminha legal, ainda “trombo” com alguns na correria do dia a dia... Cada um no seu rumo diferente, e cada vez mais diferente no presente.
Depois da aula, o mundo nos pertencia, tudo era tão nosso... Parece que não existia essa ganância... Essa pressa de chegar a lugar algum... Se existia, não percebíamos, os vizinhos eram os bons vizinhos, dizem que eles são os nossos parentes mais próximos. Trago as imagens de todas as ruas, os movimentos de tardes tranquilas e sem buzina. Depois do almoço lá ia eu de kichute para o mundo maravilhoso da infância de “Bobby”... A quadra, os amigos e o pé de jenipapo (fizeram a maldade derrubá-lo) a reunião geralmente era em baixo da sua frondosa sombra. Na época de jabuticaba, a molecada invadia os quintais de portões abertos e faziam a festa nos pés “carregadinhos” das “bitelas pretas”’ e como dizia Lobato... “Ploc, uma engolidinha de caldo e pluf! - caroço fora. E tioc, pluf, - tioc, pluf’”, lá passávamos um bom tempo... Tínhamos goiaba, manga... E cerrado, com gabiroba e cajuzinho... Também tínhamos a nossa corrida maluca, com os carrinhos de rolamentos... Foi dada a largada, descia a reta da cadeia velha, a curva à direita na delegacia, entrada do “S” na casa de pedra, e lá vem a curva da vitória no Tiro de Guerra... Quantos esfolados e dedos amassados... As pilhas de sacos de arroz, depois da secagem no asfalto, eram alegria para escalar.
Na quadra um gol no outro, ou os sem camisas contra os com camisas... Jogar “bete” bolinha de borracha tacada certeira derrubou a latinha. O entardecer vem vindo com o perfume de tudo que era bom, café torrado, biscoito frito, bolinho de chuva... Picolezeiro tocou a buzina, “creme holandês”, coco queimado e groselha... “Juju” de uva, tamarindo congelado... Figurinha nova pra trocar? “Peraí” vou ali com a minha bicicletinha azul, passar no portão de alguém, só pra ver se ela está, só pra olhar... Ficava feliz se ela lá estivesse... Corre, o Sitio do Pica Pau Amarelo vai começar... Vem caindo a noite, banho tomado, mas pronto pra rua voltar... A turma espera. E meu pai sempre de volta do trabalho, trazia o suor no rosto, nenhum dinheiro no bolso, mas trazia esperança... Éramos felizes e sabíamos... A felicidade em casa sempre esteve... A noite chegou com os seus barulhos que não era assustadores e que não incomodavam, geralmente, a natureza que nos proporcionava esses ruídos. A mãe chamou, vem jantar, já fez a lição? Está na hora de entrar... Obrigado, agradeço por poder isso contar... Amanhã ao nascer do dia, ir para escola... (...) ela vai olhar para trás...
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Homenagem a Alberto Rocco
Fábio Trancolin
Homenagem a José Alberto Pereira – Mais conhecido por Alberto Rocco – Cineasta, produtor, ator e sonhador. Alberto Rocco foi o primeiro goiano a realizar um filme longa metragem em película 35mm. Igrejinha da Serra que foi escolhido como o melhor filme brasileiro de 1980, pela extinta Embrafilme.
Homenagem a José Alberto Pereira – Mais conhecido por Alberto Rocco – Cineasta, produtor, ator e sonhador. Alberto Rocco foi o primeiro goiano a realizar um filme longa metragem em película 35mm. Igrejinha da Serra que foi escolhido como o melhor filme brasileiro de 1980, pela extinta Embrafilme.
Alberto Rocco produziu cinco filmes – O Garimpo (8-mm) – Chuva da primavera
(8-mm) – A ciganinha (8-mm) – Capricho do destino (8-mm) – Igrejinha da Serra
(35-mm). Um personagem para a cultura rio-verdense não esquecer, tenho ele como
amigo e utilizo esse espaço para homenagear ALBERTO ROCCO.
Cartaz do filme - Igrejinha da Serra |
Capa do livro - Igrejinha da serra |
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Em pequenas atitudes demonstramos nossas preocupações com o amanhã
Fábio Trancolin
Lembra da música “O
amanhã?” “Como será o amanhã? Responda quem puder...” E eu lhe pergunto como
será? Você saberia responder? O que estamos fazendo com nossa terra mãe? Você
já parou para pensar que é por meio das pequenas atitudes que mudamos o mundo?
Se você ainda não notou, comece a fazer um pouquinho e sem que você perceba
estará fazendo um montão.
Estamos atravessando
um momento em que tudo parece descartável, se brincarmos até o ser humano é
descartável! O nosso lixo mudou, mas a nossa atitude não. O que você faz do seu
lixo eletrônico? Com as suas pilhas e baterias dos três celulares que você tem?
Quando se joga fora um
papel de bala, ou uma bituca de cigarro, ou mesmo um copinho plástico, parecem
ser ações insignificantes, mas não são. Vamos imaginar a população de Rio
Verde, somos 150 mil, a população de Goiânia, mais de um milhão de pessoas...
Se cada um jogar um papel de bala ou uma bituca... É assustador. No final de
cada dia serão toneladas de lixo, muito lixo!
Se tivéssemos seguindo
o principio da boa educação de jogar o lixo no seu devido lugar, não haveria
tantos bueiros entupidos. A rotina dos garis no seu vai-e-vem seria menos
estafante e mais produtiva.
Você já parou para
pensar quanto se gasta e se desperdiça em uma construção, quanta areia e
cimento descem pelas “bocas de lobo?” Isso acarreta um grande problema, os
alagamentos, o acúmulo de dejetos e outras coisas mais... Sem contar às pessoas
que, com suas mangueiras, todas as manhãs, nas portas das casas e dos
estabelecimentos comerciais, jorram água ralo abaixo... Sem comentários com
esta atitude insana...
Certa vez ouvi alguém
comentar que no futuro haveria guerra pela falta de água, que em certos países
a água valeria mais que gasolina, ainda há tempo... Você já parou para pensar
que tudo esta relacionado ao principio das pequenas atitudes? Algumas cidades
têm o processo da coleta seletiva, mas ainda é pouco. Nas escolas onde se faz
isso, o número não entra nem em estatísticas, é muito pouco. Mas esperamos que
através do pouco que se faz, as crianças de hoje possam se conscientizar que o
problema é sério e que com pequenas atitudes mudaremos esse quadro.
Faça a sua parte, não
espere o governo, o seu vizinho, comece com seu exemplo e outros irão fazer o
mesmo. Lembre-se que o discurso ajuda,
mas é o exemplo que contagia. Se tivéssemos feito isso há vinte anos, hoje
tudo estaria bem diferente, mas “se” é passado, esqueça... Ainda está em tempo Roberto
Carlos , em uma de suas músicas escrita em 1979 que defende o
meio ambiente dizia: “quem briga com a natureza envenena a própria mesa”...
Como será o amanhã? Responda quem puder, mas do jeito que está indo, fica fácil
de responder...
domingo, 18 de agosto de 2013
Música ou apenas barulho?
Fábio Trancolin
O principio da educação nos diz
que, “o meu limite começa onde termina o seu”. Isso é antigo, mas com o passar
do tempo algumas pessoas foram perdendo esse senso. O assunto é som alto.
Alguns perderam a noção do que é barulho, e principalmente o que é música.
Esses “sem noção” estão prejudicando pessoas, que pode ser uma criança
recém-nascida, uma pessoa doente que precisa de repouso, ou idoso que não gosta
de barulho.
A falta de respeito chega ao
cumulo do absurdo na alta madrugada. Alguns carros passam nas portas de
hospitais com o som no limite. Sabe-se
que a poluição sonora prejudica a saúde. Isso é fato comprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e na
verdade já reconhecida há muito tempo pela legislação brasileira. A maioria dos
barulhentos acredita, por exemplo, que pode ouvir musica na altura desejada.
Isso até pode, mas que seja antes das dez horas da noite, só que não é isso que
acontece. A proibição da perturbação do sossego alheio deveria valer a qualquer
hora, tanto faz se durante o dia ou à noite.
Na porta do quartel do Tiro de
Guerra de Rio Verde que fica próximo da Delegacia de Polícia, tem uma placa que
diz ser área militar, era respeitada. E pasmem ao lado tem uma instituição de
ensino (Faculdade). No passado para chamar atenção de uma garota agia-se de
outra maneira, hoje, porém alguns acreditam que aumentando o som as “gatinhas
piram”...
Enfim, é grande a falta de
respeito com as pessoas, é isso causa transtornos. A poluição sonora com
sons acima dos limites permitidos esta
passando do limite. E para aqueles que pensam que é só no perímetro urbano que
isso causa dano. Tem os que preferem ir para os ranchos e beira de rios, numa
floresta ou na praia e põe o som no máximo com a mala aberta isso afeta a fauna e a flora. O som se
propaga através de vibrações moleculares, e ainda perturba animais e plantas.
O que fazer entrar em atrito com
esses indivíduos? Chamar a policia? Acionar os órgãos públicos responsáveis? O
artigo 228 do código nacional de transito prevê apreensão dos veículos
“barulhentos”, parado ou no trânsito com volume acima do permitido pode
resultar em 5 pontos na CNH e uma multa de R$ 127,69.
E quando a questão é o vizinho
que quer compartilhar o som e o gosto às vezes “duvidoso” com o resto da rua?
Li um artigo em que o autor dizia: ”Como essa turma de barulhentos gosta de
chamar a atenção, o jeito é deixá-los constrangidos, se estiverem escutando
“dance” eu coloco “sertanejo” a meio volume e fico observando, se o volume
deles aumentar eu acompanho a ideia e deixá-los constrangidos”. O que é fato é
que o som alto é crime e crime tem que ser punido.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Ubuntu
Fábio Trancolin
Entre os vários e-mails
que recebo diariamente um em especial me chamou a atenção. Ele traz a história
que a jornalista e filósofa Lia Diskin contou em um encontro do Festival
Mundial da Paz. Ela relata um caso que aconteceu na África em uma tribo
chamada “Ubuntu”. Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos
e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo
transporte que o levaria até o aeroporto de volta para a casa. Restava-lhe
muito tempo, então, propôs uma brincadeira para as crianças, que ele achou ser
inofensiva. Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade e colocou em um
cesto bem bonito com um laço de fita e deixou debaixo de uma árvore. Então chamou
as crianças e combinou, quando ele dissesse “já!” elas deveriam sair correndo
até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces. As crianças se
posicionaram na linha demarcada que ele desenhou no chão e esperam pelo sinal
combinado. Quando ele disse ‘já!’ instantemente todas as crianças deram as mãos
e saíram correndo em direção à árvore com cesto. Chegando lá começaram a
distribuir os doces entre si e comeram felizes. O antropólogo foi ao encontro
delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar
com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas
simplesmente responderam; “Ubuntu”, como uma de nós poderia ficar feliz
se todas as outras estivessem tristes? Ele ficou desconcertado! Meses e meses
trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de
verdade a essência daquele povo. “ou jamais teria proposto uma competição igual
a essa”. “Ubuntu” significa “sou quem sou, porque somos todos nós”! São
esses exemplos, a priori simples, que ensinam que tudo seria um pouco melhor se
soubéssemos conviver e respeitar o semelhante. Fico feliz com a felicidade
dele. A mensagem nos conta que
precisamos de pouco para buscar a tão sonhada felicidade. E está busca é o
combustível que move a humanidade. É ela que nos força a estudar, trabalhar,
ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro,
fazer amigos, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence
de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá
disposição para lutar por elas. Você vai sempre buscar a felicidade e atende
para o detalhe: E não se é feliz pelo que tem, mas sim pelo que se é. A melhor
maneira de buscar a felicidade é melhorar o pensamento. Pensar em coisas boas
já é um bom começo. E esqueça a possibilidade: “se eu fosse tal pessoa seria
feliz”. É preciso saber aproveitar cada momento que a vida nos proporciona.
Isso é felicidade. Porque fazemos parte de um todo. Felicidade se compartilha.
Aprenda a dividir e com certeza será mais feliz. Então “Ubuntu” para
você.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Como anda a tua paciência?
Fábio Trancolin
Lendo um artigo do Arnaldo Jabor, que é a pura verdade, se vendesse paciência na farmácia ou supermercados às pessoas iriam gastar boa parte do salário como esse produto. A falta de paciência tem nos acompanhado e causados sérios problemas. Porque será que a paciência está se esgotando? A agitação geral, o atropelo do trânsito, a competição desenfreada, o desrespeito aos espaços individuais. São cobranças feitas pelos outros que nem sabem por que cobram e por aqueles que são cobrados, e saem cobrando também por que se acham no direito. O homem moderno tem urgência, necessidades de cultivar a paciência, na condição de medicamentos preventivos contra inúmeros males. No dia-a-dia, acostumamos a reclamar de algumas pessoas que nos atendem em supermercados nas lojas ou um telefone que insiste em ficar ocupado. A impaciência é a “qualidade” que mais tem crescido no homem moderno. Tudo é motivo para que se perca a paciência, qualquer fila, ou atraso, a impaciência com os idosos, com as crianças. Professores com alunos e vice versa. Isso vai se tornando um ciclo, quando se vê, o problema está instalado. E o pior são os que perdem a paciência com a vida, tanto a deles quanto a dos outros, e assim banaliza, perde se o sentido, o respeito pelo o próximo. E a paciência se esgota. Conta-se uma historia: “Certo homem faminto e sem dinheiro, caminhando por uma estrada que margeava um rio caudaloso, viu no chão uma nota de cem reais encoberta pela poeira. Mais do que depressa a recolheu em suas mãos, e verificou surpreso, que se tratava apenas da metade da cédula. Irritado com a sua falta de sorte, amassou-a entre os dedos e jogou-a no rio. Ao andar mais alguns metros, deparou-se com a outra metade; no entanto, era tarde demais, porque a correnteza já havia levado a outra metade para bem longe de onde se encontrava”.
Na verdade isso não tem preço
Fábio Trancolin
Essa é mais uma daquelas situações que acontecem em nossas vidas, e nos deixa a pensar. Será que estamos dando a importância àquilo que na verdade têm valor? Está o valor na etiqueta? Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas preços e grifes? O simulacro (simulação da realidade, com intuito capitalista) que nos influência a valorizar determinado produto ou mesmo alguém. Ou os nossos sentimentos e a nossa analise de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia e pelas instituições que detêm o poder financeiro? Não se compra carinho, abraços e beijos. Já percebeu na criança que às vezes quando ela recebe um presente necessariamente o que ela gostou não é o que custou mais caro! Gostaria de compartilhar com vocês um texto que relata o real valor do preço na etiqueta:
A nota é internacional e diz, mais ou menos assim: Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeito desce na estação do metrô de Nova York, vestindo jeans, camiseta e boné. Encosta-se próximo à entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal. Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o musico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de três milhões de dólares. Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram à bagatela de mil dólares.
A experiência no metrô, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferente ao som do violino. A iniciativa, realizada pelo jornal The Washigton Post, era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão é de que estamos acostumados a dar valor às coisas, quando estão num contexto. Bell, no metrô, era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Esse é mais um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas, que são únicas, singulares e a que não damos importância, porque não vêm com a etiqueta de preço. E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, porque não se compra.
sábado, 10 de agosto de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Um sonho de simplicidade
Então, de repente, no meio dessa
desarrumação feroz da vida urbana, dá na gente um sonho de simplicidade. Será
um sonho vão? Por que fumar tantos cigarros? Eles não me dão prazer algum: É
uma necessidade que inventei. Por que beber tanto uísque, por que
procurar uma voz de mulher na penumbra ou amigos no bar para dizer coisas vãs,
brilhar um pouco, saber intrigas?
A vida bem que poderia ser mais
simples. Precisamos de uma casa, comida, uma
simples mulher, que mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem sede,
nem frio. Para que beber tanta coisa gelada? Antes eu tomava água fresca da
talha, e a água era boa... Que restaurante ou boate me deu o prazer que
tive na choupana daquele velho caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio
à noite... Quando ficamos bem cansados, meio molhados, com frio, subíamos o
barranco, no meio do mato, e chegamos à palhoça de um velho seringueiro. Ele
acendeu o fogo, nos esquentamos um pouco junto à fogueira. Depois me deitei
numa grande rede branca. Foi um carinho ao longo de todos os meus cansados
músculos.
Depois, ele me deu um pouco de peixe e
meia caneca de cachaça. Que prazer em comer aquele peixe; que calor ao tomar
aquela cachaça e ficar algum tempo a conversar, entre grilos e vozes distantes
de animais noturnos...Todo mundo, com certeza, de repente, tem um sonho assim.
Mas é apenas um instante, pois o telefone toca e tiramos um lápis do bolso para
tomar nota de um nome, um número...
Para que tomar nota? Não precisamos
anotar nada. Precisamos apenas viver. Sem nome, nem números. Fortes, doces,
distraídos, simples como os bois, as mangueiras e o ribeirão.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Aniversário de 165 anos de Rio Verde
Recordo-me quando tu fizeste 130, eu então com quase 10 anos. Época em que eu começava a te entender e conhecer. A cidade da parte de baixo, a cidade não ia à tão longe, tudo era cerrado, a natureza no seu esplendor, o cheiro agradável do inicio da manhã e fim de tarde (aroma de café torrado da torrefação do café Rio Verde). Tudo tão perto e tão seu, e ‘nosso’. Os portões abertos e os quintais eram de todos... Tudo ofertavam e era ofertado, amizade sincera, café com biscoito a tua espera. Os grupos escolares e a meninada de calça caqui e a camisa branca na euforia de saída de volta para casa. Passar no mercado central com o teu cheiro tradicional, visita na Casas das Louças e a fantasia de ter a bicicleta do mostruário. As quadras os campinhos que nos convidava. Saco de arroz espalhado pelas ruas a alegria da garotada. Todos te conheciam e você conhecia todos, eles sabiam quem você era. Comprar rosca no armazém, e pão na Padaria Natal... Correr do Pedro Biriba, do ‘Bitoso’, morria de medo do João Barbudo. Tão diferente do medo de hoje...
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